Descrição de chapéu São Paulo Defesa Civil

Em três dias, cidades com focos de incêndio quadruplicam em São Paulo

Na segunda-feira (2) eram quatro as cidades atingidas; número chegou a 16 nesta quinta (5), segundo a Defesa Civil

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São Paulo

O número de cidades com focos de incêndio no estado de São Paulo quadruplicou em três dias. Na segunda-feira (2), apenas as cidades de Pedregulho, Jardinópolis, Dois Córregos e São Simão, tinham áreas em chamas. Nesta quinta (5), porém, o número chegou a 16, de acordo com dados divulgados pela Defesa Civil nesta manhã.

As cidades atingidas atualmente são Ribeirão Preto, São Simão, Luís Antônio, Monte Alegre do Sul, Bom Jesus dos Perdões, Piracicaba, Valinhos, Dois Córregos, Pompeia, Garça, Presidente Prudente, Pedregulho, Braúna, Ilha Solteira, Mauá e Mairiporã.

Em Valinhos, por exemplo, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros atuam desde a madrugada para combater um incêndio na Serra dos Cocais, próximo à rodovia Dom Pedro (SP-65). O município decretou estado de emergência.

A imagem mostra uma área urbana afetada por um incêndio. Há fumaça saindo de várias partes, e chamas visíveis em uma área de vegetação. Algumas casas estão visíveis, com telhados de diferentes cores, e há veículos estacionados nas proximidades. A vegetação ao redor parece queimada e danificada pelo fogo
Focos de incêndio em área de mata próximo a casas em comunidade de Mauá (SP) - Reprodução/TV Globo

Em Mairiporã, o fogo está no Parque Florestal Cantareira. Houve um incêndio de grandes proporções, que atingiu uma área de vegetação natural e área de Preservação Permanente. O local, segundo a Defesa Civil, é de difícil acesso, e o tamanho da área atingida ainda não foi dimensionado. O helicóptero Águia da Polícia Militar atuou no local, e equipes da Defesa Civil Municipal e dos bombeiros realizarão novas vistorias.

A causa do tempo seco, que se prolonga há quase um mês, é uma massa de ar quente e seco que predomina na maior parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, impedindo a formação de nuvens. Não há previsão de chuva para os próximos dias.

Por meio da Semil (Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), o governo afirma que ampliou o efetivo para combater os incêndios nos parques do estado e que 15 novas equipes vão atuar nas unidades de conservação, se somando às 19 já existentes.

As temperaturas devem seguir em elevação com umidade relativa do ar atingindo níveis mais críticos, deixando a sensação de tempo quente e abafado.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), 12 pessoas foram presas desde o surgimento dos primeiros focos de incêndio no estado, há cerca de duas semanas.

A última detenção ocorreu na noite de terça (3). De acordo com a pasta, um homem de 50 anos foi preso após atear fogo em uma área de mata no bairro Jardim. Alvorada, em Batatais. Ele foi flagrado por testemunhas, e a Guarda Municipal foi acionada.

"As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiro, e o caso registrado como incêndio no plantão da Delegacia Seccional de Franca", diz a secretaria.

A Polícia Civil afirma que não há relação entre os casos.

O governo Lula (PT) disse no fim de agosto que a Polícia Federal estava investigando se os incêndios no estado são criminosos. Tanto o presidente quanto a ministra Marina Silva disseram na ocasião que a principal hipótese era que o fogo tinha origem humana.

"Até agora não conseguimos detectar nenhum incêndio causado por raios. Significa que tem gente colocando fogo. Na Amazônia, no Pantanal... [Marina Silva interrompe e diz: e provavelmente em São Paulo]. Provavelmente não, sobretudo em São Paulo. Ali é tudo propriedade privada, canavial, fazenda", disse Lula na ocasião.

Por causa do cenário em São Paulo, classificado como assustador por integrantes da Defesa Civil paulista, o governo Tarcísio convocou representantes da iniciativa privada a uma reunião, na noite terça, para a adoção de medidas conjuntas de combate a queimadas, potencializadas pelo clima seco.

"Vamos aumentar o nosso potencial de trabalho [de combate a a incêndio] com o setor privado", afirmou o coronel Ricardo Pereira Henguel, coordenador de Proteção e Defesa do Estado de São Paulo.

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