Descrição de chapéu Obituário Wilson Roque da Costa (1934 - 2024)

Mortes: Advogado teve sua história ligada a ferrovia paulista

Wilson da Costa também era torcedor do São Paulo e colecionava embalagens de café

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São Paulo

A vida de Wilson Roque da Costa poderia ser contada numa viagem de trem. Daquelas em que o passageiro puxa assunto com a pessoa da poltrona ao lado e a história vai passando como se fosse a paisagem da janela até a última estação.

Filho caçula de um português marceneiro da antiga Estrada de Ferro Sorocabana e de uma brasileira descendente de italianos, nasceu em Santos, no litoral paulista, mas menino se mudou para Sorocaba (SP), por causa da profissão do pai.

A imagem mostra um homem em primeiro plano, posando em frente à Torre de Belém, um monumento histórico em Lisboa. A torre é de pedra clara, com detalhes arquitetônicos, e está situada à beira do rio. O céu está parcialmente nublado, e a água do rio é visível ao fundo.
Wilson Roque da Costa (1934 - 2024) - Arquivo pessoal

Com formação em contabilidade, seguiu os mesmos trilhos. Entrou para a ferrovia em outubro de 1963 como escriturário.

Por alguns anos, quando houve excedente de funcionários da Sorocabana, acabou "emprestado" para trabalhar na Polícia Técnica Civil e na biblioteca do colégio Rubens de Faria e Souza.

O diploma na parede do escritório de sua casa ostenta uma de suas maiores vitórias. Foi no período entre esses outros trabalhos que Wilson se formou em direito, aos 45 anos. Prestou concurso e voltou à ferrovia como advogado, onde ficou até se aposentar.

Torcedor do São Paulo, gostava de ler e era apreciador de café —tinha uma coleção com mais de 400 embalagens.

Analógico, guardava fotografias impressas. "Passava horas em casa datilografando em sua Remington", conta a filha Marisa.

Fez parte da diretoria da Acaps (Associação dos Aposentados e Pensionistas da Sorocabana), onde foi advogado voluntário.

Aos 63 anos, Wilson ficou viúvo de Maria Leonardi Vaturo da Costa. Por ela, aprendeu italiano para conversar com os parentes da companheira em Baselice, na Itália, para onde viajou em 2018.

Católico, também foi ao Vaticano com Marisa e o genro José Luiz Batalim. No meio da multidão, esticou o braço e tocou no papa Francisco quando ele passou com o papamóvel à sua frente. Sem que ninguém percebesse, colocou um papel na mão do pontífice. No bilhetinho havia o nome da filha de um conhecido que estava doente.

Na viagem à Europa também conheceu suas origens. Se emocionou ao ver a pia batismal em Coto, onde o pai foi batizado em Portugal.

Devoto de Nossa Senhora das Graças, tinha uma medalhinha da santa amarrada com um crucifixo em um cordão quando foi internado por complicações do Parkinson.

Wilson Roque da Costa morreu em 31 de agosto, aos 89 anos, em Sorocaba. Deixou as filhas Marisa e Simone, os genros José Luiz e Luiz Eduardo, os netos Mariana, Marina e Otavio e os bisnetos Oliver e Matteo.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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Erramos: o texto foi alterado

Wilson Roque da Costa era torcedor do São Paulo, não do Palmeiras, como afirmava versão anterior do texto. 
 

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