Manaus decreta 180 dias de emergência devido à seca

Estiagem levou rios da bacia amazônica a níveis abaixo da média para o período

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Porto Alegre

A prefeitura de Manaus decretou estado de situação de emergência por 180 dias devido à estiagem que atinge o estado do Amazonas.

O rio Negro está abaixo da média histórica, e segue em queda. Nesta quinta-feira (12), o nível chegou a 16,97 metros em Manaus, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas).

Na foto, um barco está sobre uma faixa de areia seca, onde deveria estar um rio
Com falta de chuvas no Amazonas, nível do rio Negro está abaixo da média para o período - Bruno Kelly/REUTERS

O temor é que o nível continue baixando, e se aproxime do nível de 13,59 metros atingido em outubro de 2023, o mais baixo já registrado na capital amazonense.

Com o decreto, Manaus está apta a receber recursos federais para mitigar os impactos da seca. A situação de emergência assinada pelo prefeito David Almeida (Avante) se soma a outra, feito em âmbito estadual e publicada em agosto, para todos os municípios do estado.

Pelas redes sociais, Almeida disse que a prefeitura deve fazer a partir de segunda-feira (16) a entrega de alimentos, água potável e kits de higiene para 43 comunidades situadas à beira do rio Negro, e a abertura de poços.

A falta de chuvas na amazônia reduziu os níveis de rios da região norte a marcas históricas nas bacias hidrográficas.

Em Porto Velho, o SGB (Serviço Geológico do Brasil) instalou na segunda-feira (9) uma nova régua de medição no rio Madeira que inclui a cota zero. Na terça-feira (10), o nível do Madeira chegou atingiu 79 centímetros, a menor marca já medida na capital de Rondônia.

A região também é afetada por focos de incêndio, principalmente no Pará e no sul do Amazonas aumentaram a emissão de fumaça, que afeta a visibilidade do céu e a qualidade do ar em diferentes estados do Brasil, chegando ao Uruguai e à Argentina.


O presidente Lula (PT) visitou o Amazonas na terça-feira (10), e anunciou R$ 500 milhões para dragagem de rios, além de planos para a retomada da construção da BR-319, que ligará Manaus a Porto Velho (RO). Em ato em Manaquiri, na região metropolitana de Manas, Lula disse que a obra é importante por causa da seca nos rios da amazônia, e as dificuldades enfrentadas pelo transporte e logística hidroviários nesse período.

"Nós temos consciência que quando rio estava navegável e cheio, que podia ter barco grande, a rodovia não tinha importância que tem [comparado a] quando o rio Madeira estava vivo. Não podemos deixar duas capitais isoladas", falou.

Os impactos podem reeditar a crise enfrentada no ano passado, quando a indústria da região teve um custo extra de R$ 1,4 bilhão devido às restrições de transporte, de acordo com dados da Ceiam (Central Eletrônica de Integração e Informações).

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