Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Gestão Doria e governo Bolsonaro dividem palanque, mas tucano não escapa de críticas

MEC vai lançar programa de ensino técnico; 'difícil ver encanador passando fome', diz ministro

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São Paulo

Após uma série de atritos entre o governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PSL), representantes das duas gestões subiram no mesmo palanque nesta segunda-feira (7) para entregar ônibus escolares aos municípios paulistas.

Ao final do evento, porém, o tucano não escapou de críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente

Além dele, estavam presentes na cerimônia o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o secretário estadual da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, além de outros parlamentares e prefeitos do estado.

Alvo de diversas críticas da família Bolsonaro nas últimas semanas, Doria não estava no local. 

O vice-Governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, o ministro da Educação Abraham Weintraub e o deputado federal Eduardo Bolsonaro durante cerimônia de entrega de ônibus escolares no município a São Paulo
O vice-Governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, o ministro da Educação Abraham Weintraub e o deputado federal Eduardo Bolsonaro durante cerimônia de entrega de ônibus escolares no município a São Paulo - Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

No evento, foi anunciada a entrega de 180 ônibus escolares, adquiridos por meio do programa federal Caminho da Escola. A licitação foi feita quando Soares era ministro, no governo Temer. O programa foi criado em 2007, no segundo mandato do governo Lula.

Em seu discurso, o vice-governador paulista saudou a parceria com o governo federal. “Não tenho dúvida de que estamos vivendo no Brasil um momento de ruptura com o que estava errado”, afirmou.

Weintraub, em sua fala, disse que na atual gestão o dinheiro público estava voltando para os contribuintes e não para “safado comprar triplex”.

Ao lado de Rossieli, que ocupou o MEC na gestão Temer, afirmou ainda que sua gestão tem encontrado muita coisa errada e muito desperdício na pasta, “mesmo depois de vocês terem feito uma faxina inicial”.

Segundo Weintraub, a pasta deve anunciar nesta terça-feira (8) um novo projeto para expandir o ensino técnico no país. Ele não quis dar detalhes sobre a iniciativa, no entanto.

“A escola pode ensinar um ofício, e aí vem um preconceito desses intelectualoides que acham que escola técnica não é boa porque ensina ofício, tem que ser doutor. Está cheio de doutor sem emprego. Agora é difícil ter um bom encanador passando fome ou na fila do Bolsa Família”, declarou. 

Ele voltou a dizer que o correto é falar em ensino, e não educação pública, pois educação, para ele, é a família que tem que dar.

Disse ainda que, do jeito que o Brasil estava, ia acabar virando a Venezuela, e que esse risco ainda não foi totalmente eliminado apesar da melhora de alguns indicadores.

Indagado por jornalistas, Weintraub não quis comentar as investigações sobre o seu colega de ministério, Marcelo Álvaro Antônio, denunciado no caso dos laranjas do PSL

Ao final do evento, Eduardo Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre suas críticas recentes ao governador João Doria. Ele as reafirmou.

“O Doria, ao que parece, vai ao sabor do vento”, disse. “Ele um ano antes da eleição falava que o Bolsonaro era extremista, depois se agarrou ao Bolsonaro.”

Na última sexta-feira (4), Doria afirmou que a dobradinha Bolsodoria (slogan que usou na eleição de 2018) ficou no passado.

“O Bolsodoria foi na campanha, e a campanha já acabou”, disse o governador, que ressaltou, no entanto, não haver rompimento com o governo federal.

ESCOLAS MILITARES 

Segundo o ministro da Educação, o pedido de adesão do governo de São Paulo ao projeto de escolas cívico-militares está sob análise do governo federal.

O estado pediu para entrar no programa seis dias depois do prazo, que se encerrou no dia 27. No último dia 3, Rossieli afirmou que já havia sanado suas dúvidas sobre a iniciativa e por isso resolveu aderir.

Ele anunciou a decisão em vídeo divulgado pela deputada Letícia Aguiar, do partido do presidente. Um dia antes, o secretário havia afirmado que não havia entendido o programa federal.

“É difícil aderir a um programa que você não sabe o que é. Nos deixa absolutamente em dúvida”, afirmou à coluna Mônica Bergamo.

Nesta segunda, Rossieli afirmou que Doria deu a ele total liberdade para tomar essa decisão.

A resposta do governo federal deve sair até o final da semana.

Rossieli afirmou ainda que, em breve, o estado lançará um programa para implantar escolas bilíngues na rede estadual, não só em inglês, mas também em outros idiomas.

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