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Doria adia retomada de aulas presenciais para 7 de outubro em SP, mas reabrirá escolas em setembro

Plano inicial do governo era retomar as aulas presenciais em 8 de setembro

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São Paulo

O governador João Doria anunciou nesta sexta (7) que a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas do estado só ocorrerá a partir do dia 7 de outubro, quase um mês após a data inicialmente prevista pelo chamado Plano SP, porque as condições impostas para a retomada do ensino presencial não foram cumpridas.

No entanto, as unidades serão liberadas para reabrir para recuperação e atividades de acolhimento de alunos, de forma opcional, a partir do dia 8 de setembro. A ideia é mitigar a situação de pais que tenham voltado a trabalhar presencialmente e não têm como ficar com os filhos.

A informação sobre o adiamento foi antecipada pela colunista Raquel Landim, da CNN, e confirmada pela Folha.

Com isso, o governo abandona o plano de retomada da educação antes anunciado, que exigia a permanência de 80% da população do estado na fase amarela ao longo das quatro semanas imediatamente anteriores à retomada e dos outros 20% por pelo menos metade desse prazo para que as escolas fossem reabertas.

Inicialmente, o plano era retomar as atividades a partir de 5 de outubro, mas o governador decidiu na manhã desta sexta adiar por mais dois dias o retorno após reunião com as áreas de saúde e educação.

Os estabelecimentos estão fechados desde 23 de março por causa da quarentena imposta para frear o avanço do novo coronavírus. Nesta sexta, Doria informou que 86% do estado encontra-se na fase amarela, a terceira da escala de cinco estágios que rege a reabertura das atividades econômicas presenciais no estado levando em conta critérios como mortes e internações decorrentes da Covid-19 e ocupação de leitos de UTI.

"Apesar de termos alcançado e superado mais de 80% da população em áreas na fase amarela, decidimos adiar a retomada das aulas para que a gente retorne com ainda mais segurança", disse Rossieli Soares, secretário de Educação.

O estado de São Paulo acumula até agora o registro de 24,4 mil óbitos pelo novo coronavírus, quase 1 em cada 4 ocorridos no país. Embora a capital esteja em tendência de desaceleração de casos, ela concentra 40% dessas mortes (são mais de 608 mil no total).

A volta opcional em setembro e oficial em outubro é uma tentativa de equacionar as pressões contrárias e favoráveis à reabertura.

Segundo Soares, as escolas podem abrir em 8 de setembro para dar apoio psicológico aos alunos, reforços pedagógicos, plantões de dúvidas e atividades esportivas se cumprirem os protocolos sanitários.

"Estamos preocupados com a saúde e isso passa também por cuidar da saúde mental dos nossos alunos e professores. A escola é o porto seguro desses jovens e precisamos de alternativas para continuar cuidando deles", disse o secretário.

A partir dessa data, a realização das atividades pedagógicas presenciais também deverá respeitar a proporção reduzida de atendimento dos alunos. Para a educação infantil (de 0 a 5 anos) e anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), podem atender até 35% dos estudantes.

No anos finais do fundamental (do 6º ao 9º ano) e ensino médio, o atendimento presencial será para até 20% dos alunos.

O plano inicial do governo era de liberar a reabertura dos colégios públicos e particulares a partir de 8 de setembro. A condição para a retomada das aulas presenciais era de que todo o estado ficasse por 28 dias na fase amarela, a terceira do plano de reabertura controlada, o que não vai ocorrer.

Apesar da pressão de escolas particulares para a retomada das aulas, pais, professores e até mesmo prefeitos não têm segurança no retorno. Prefeitos de municípios do Grande ABC também já anunciaram que as escolas não serão reabertas neste ano.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na noite de quarta (5), um projeto de lei que define medidas sobre a volta às aulas na capital e delega aos pais ou responsáveis legais a decisão sobre o comparecimento às aulas presenciais durante a pandemia.

A colunista Mônica Bergamo, da Folha, já havia adiantado que, na capital, era improvável a retomada em setembro, o que depois voltou a ser dito pelo secretário Bruno Caetano. Nova sondagem da Secretaria Municipal da Educação indicou que 80% dos pais de alunos da rede municipal temem o retorno dos filhos às aulas presenciais.

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