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Após anúncio alvo de críticas, ministro da Educação não define retorno das aulas presenciais

Portaria publicada nesta quarta determinava a volta às aulas em janeiro, mas enfrentou resistência das universidades

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São Paulo

Em reunião com reitores de universidades federais e particulares nesta sexta (4), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que as atividades remotas continuam autorizadas no ensino superior, mas não definiu até quando.

O ministro decidiu ouvir os dirigentes depois de publicar uma portaria em que determinava o retorno das aulas presenciais em 4 de janeiro. A medida foi considerada impraticável, já que dava cerca de um mês para que as instituições de ensino se organizassem.

O ministro, no entanto, sofre pressão do Planalto para não revogar a portaria. Nesta sexta, ele defendeu o texto da portaria aos reitores, apesar de ter sinalizado que manterá a autorização das aulas remotas por mais tempo.

Na reunião, os dirigentes das universidades pediram para que a autorização do ensino remoto seja estendida até dezembro de 2021, conforme já aprovado pelo CNE (Conselho Nacional de Educação).

A resolução, que alonga o prazo, foi aprovada pelo CNE no início de outubro e aguardava a homologação do ministro, que insistia em adiá-la. Pressionado por aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que quer o retorno das aulas presenciais, Ribeiro resistia em aprovar a extensão das atividades remotas.

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, se reuniu com reitores para discutir volta às aulas presenciais
Ministro da Educação, Milton Ribeiro, se reuniu com reitores para discutir volta às aulas presenciais - Pedro Ladeira/Folhapress

No entanto, ele disse aos reitores que vai homologar o parecer, mas com “ajustes” ao texto, especialmente no que se refere ao prazo. O ministro não informou até quando pretende permitir a modalidade a distância.

A principal perspectiva é de que ele permita o ensino remoto apenas até julho de 2021, o que seria um meio termo.

Em nota, o MEC informou que Ribeiro disse aos dirigentes que “diversos outros países estão retomando o ensino presencial e o Brasil não pode ficar para trás.” A pasta não informa, porém, qual será a decisão do ministro sobre a volta às aulas.

Edward Madureira, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), avalia que a reunião foi importante para que os reitores explicassem todos os entraves administrativos, burocráticos e de segurança para o retorno em janeiro.

“Todos queremos o retorno presencial, mas não é possível fazer de maneira apressada. Ainda mais com o recrudescimento da pandemia”, diz.

Segundo Celso Niskier, presidente da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior), o ministro também indicou que não quer interferir na autonomia das instituições de ensino para definir o retorno e calendário escolar. ​

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