Professores protestam contra medidas de Feder na educação de SP

Manifestantes convocados por sindicato levaram livros didáticos e cartazes em crítica à decisão de abandonar programa do MEC

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São Paulo

Educadores de São Paulo fizeram tarde desta quarta-feira (16) uma manifestação na praça da República, na região central da capital paulista, contra medidas da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) na educação e pedindo a saída do secretário da pasta, Renato Feder.

O ato foi organizado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), com a participação de outras entidades, como representantes de ensino técnico e de estudantes. Por volta de 200 a 300 manifestantes se reuniram em frente à sede da Secretaria da Educação do Estado, segundo estimativa da reportagem.

O sindicato pediu aos participantes que levassem livros à manifestação, já que o mote do ato era protestar contra a decisão do governo paulista de não aderir ao PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) e produzir material pedagógico próprio. Também há críticas sobre o plano, já descartado, de usar apenas material de ensino digital.

Homem levanta cartaz com os dizeres: Livros, sim
Professores fazem contra a saída de São Paulo do PNLD e a adoção dos livros digitais pelo governo estadual, nesta quarta (16) no centro de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Além disso, os manifestantes protestam contra determinação do governo, publicada no fim de julho, para que diretores passassem a observar aulas e produzir relatórios para as diretorias regionais de ensino.

"O Feder tem que cair", afirmou a primeira-secretária do sindicato, Zenaide Honório. "É preciso ter mais compromisso com a escola e menos com interesses econômicos."

Entre coros e placas de "livros, sim, Feder, não", alguns participantes exibiam livros como "Salvar o Fogo", obra mais recente de Itamar Vieira Junior, e "Sobrevivendo no inferno", dos Racionais MCs, além de livros didáticos.

Poliana Nascimento, 51, professora de língua portuguesa na rede estadual em Itanhaém, protestava também contra a obrigação de realizar nas escolas as atividades pedagógicas diversificadas.

"Foi uma luta muito intensa para termos um momento de preparar aula, corrigir provas e estudar. E na escola não tem espaço físico, não tem internet. Queremos a livre escolha de local, como já fazíamos."

Em nota, a pasta de Educação afirmou que apoia a livre manifestação e que permanece no PNLD para a distribuição de livros de literatura. "Todos os estudantes da rede terão acesso a livros didáticos impressos e alinhados ao currículo paulista. Além do material físico, os alunos também terão à disposição o conteúdo digital para acesso em múltiplas plataformas, desenvolvido pela Coordenadoria Pedagógica da Pasta (Coped)." A secretaria não comentou os pedidos para revisão do local de APDs.

Segunda-presidenta da Apeoesp e presidente da comissão de educação da Alesp, a deputada Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), chamada de Professora Bebel, chamou a obrigação de fazer as APD na escola de inaceitável. "Essa sucessão de problemas que enfrentamos na escola pública é inaceitável, desde a forma de atribuição de aulas por jornada."

Manifestantes levantam cartazes e faixas
Manifestantes durante o protesto nesta quarta (16), na praça da República - Danilo Verpa/Folhapress

Manifestantes cobraram que o sindicato convoque assembleia para votar greve em protesto contra a gestão Tarcísio na educação.

A manifestação acontece em meio a críticas contra gestão de Feder à frente da pasta de educação em São Paulo. Episódios recentes começaram a partir da decisão de utilizar nas escolas só livros didáticos digitais, e não mais os impressos, assim como a de não participar do PNLD, que compra livros para as escolas com verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do MEC (Ministério da Educação).

Outra polêmica foi quando professores e alunos da rede estadual de ensino de São Paulo tiveram um aplicativo da Secretaria de Educação, o Minha Escola SP, instalado sem autorização em seus celulares.

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