Descrição de chapéu Enem

Primeiro dia do Enem 2023 tem abstenção de 28,1% e 4.293 eliminados

Polícia Federal investiga a publicação de imagens da prova antes do horário permitido, mas descarta vazamento

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Brasília

O primeiro dia do Enem 2023, realizado neste domingo (5), teve uma abstenção de 28,1%, índice dentro do histórico do exame. Eram esperados 3,9 milhões de inscritos.

No ano passado, a taxa de faltosos no primeiro dia foi de 28,3%, segundo dados consolidados pelo governo.

Os dados foram divulgados em entrevista com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e pelo presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios.

Neste domingo, os candidatos fizeram as provas de linguagens, ciências humanas e a redação. O tema proposto para o texto foi "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".

Ao lado de um portão, uma mulher vestida de preto corre pela calçada. Outras pessoas a observam. É um dia de sol.
Candidata corre para fazer o primeiro dia de Enem 2023 no Uniceub, em Brasília. - Pedro Ladeira/Folhapress

A maior abstenção foi registrada no Amazonas, com 44% de faltosos. Em São Paulo, foi de 26,8%. Os dados de abstenção referem-se a 98,3% dos dados operacionais.

Segundo o ministro da Educação, foram eliminados 4.293 inscritos. São casos de participantes que portavam equipamentos eletrônicos, utilizaram impressos ou desobedeceram orientações dos aplicadores.

O Inep acionou a Polícia Federal para investigar imagens da prova que circularam na internet antes do fim da prova. O governo descarta o vazamento da prova e afirma que as fotos foram disseminadas após o fechamento dos portões.

O ministro disse que a PF investiga dois casos, em Pernambuco e no Distrito Federal.

"A Polícia Federal já está investigando os fatos. Fizeram duas diligências, uma em Pernambuco, onde um proprietário de [um veículo de] conteúdo digital divulgou essa imagem. E outra diligência no Distrito Federal. Polícia está engajada para fazer a investigação", disse Santana.

Em nota, a Polícia Federal informou que já iniciou as investigações relativas "a circulação indevida, em redes sociais, de conteúdo relacionado ao Enem 2023". A PF diz que acompanha os trabalhos de apuração interna do Inep para obter mais informações sobre o caso e contribuir com os esclarecimentos.

O governo informou que 15 pessoas foram presas no país, sem detalhes sobre os motivos. Foram apreendidos 5 celulares usados em fraudes e um ponto eletrônico.

Santana disse que apenas 25 locais de prova ficaram sem energia e somente três escolas não tiveram aplicação, em Santa Catarina, por causa de chuvas.

O balanço do Enem indica que 905 inscritos não fizeram a prova por problemas de logística. São casos de emergências médicas, interrupções de energia ou água.

A prova continua no próximo domingo (12). Será a vez de questões de matemática e ciências da natureza.

Esta é a primeira edição sob o novo governo Lula (PT). A realização deste ano tem sido marcada por chuvas pelo Brasil, como em São Paulo e Paraná, que derrubou a energia de muitos locais, incluindo escolas onde a aplicação é prevista.

Também houve erros na alocação de cerca de 50 mil candidatos a mais de 30 km de casa —o que fere as regras do exame.

O governo indicou que, nos dois casos, inscritos prejudicados e que não consigam fazer a prova podem submeter pedidos para a reaplicação, que ocorre em dezembro. O Inep vai analisar os pedidos e cruzar dados para confirmar o direito à reaplicação.

Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), o exame viveu um processo de desidratação, ao mesmo tempo em que foi alvo de tentativas de interferência ideológica em seu conteúdo.

A nova gestão petista tenta revalorizar o Enem. Os 3,9 milhões de inscritos deste ano significou um salto de 13% no número de inscritos com relação a 2022.

"É um esforço que o governo tem feito para que os nossos jovens realizem o Enem e mantenham a construção do sonho de fazer a universidade", disse o ministro.

As questões do primeiro dia do Enem voltaram a abordar conteúdos sobre o período da ditadura militar no Brasil. O Enem ficou três anos sem trazer questões sobre esse período da história do país, durante o governo Bolsonaro.

O presidente Luiz Lula Inácio Lula da Silva compartilhou no sábado (4) vídeo em que deseja boa sorte aos candidatos e visitou o Inep neste domingo. Lula disse ter tido a garantia do Ministério das Minas e Energia para a garantia de energia em todos os locais de prova de São Paulo.

O exame é uma das principais portas de entrada no ensino superior por meio da plataforma Sisu (Sistema de Seleção Unificada), além de ser usado para ter acesso ao Fies (Financiamento Estudantil) e ao Prouni (Programa Universidade para Todos).

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado, as provas do segundo dia do Enem, no domingo (12), são matemática e ciências da natureza.

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