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Escolas particulares não alcançam metas de aprendizado no Ideb 2023

Ainda assim, resultados são superiores aos da rede pública em todas as etapas avaliadas em indicador do MEC

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São Paulo e Brasília

O desempenho das escolas particulares do Brasil ficou estagnado, e elas não conseguiram atingir as metas de aprendizado em nenhuma das etapas da educação básica, segundo os resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2023.

Ainda assim, rede privada continua com resultados superiores aos da rede pública em todas as etapas avaliadas.

Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (14) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, e Manuel Palácio, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pelos indicadores educacionais.

A rede privada de ensino registrou uma leve melhora apenas nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano). O Ideb dessa etapa foi de 7,2, em 2023. Nas duas edições anteriores do indicador, a média tinha sido de 7,1.

Apesar do aumento, as escolas privadas não conseguiram atingir a meta que havia sido estabelecida para 2021, que era de 7,5 nos anos iniciais.

Nos anos finais do fundamental (do 6º ao 9º ano) e no ensino médio, a rede privada repetiu o resultado do Ideb 2021 —com médias de 6,3 e 5,6, respectivamente. Esse desempenho é menor do que elas registravam em 2019, antes da pandemia, quando chegaram às médias de 6,4 e 6.

Alunos assistem aula na Emef Professora Sylvia Martin Pires, na zona sul de São Paulo - Rivaldo Gomes - 25.out.21/Folhapress

Nessas duas etapas, a rede particular ficou longe de alcançar a meta, que era de 7,3 para os anos finais e 7 para o ensino médio.

Apesar de ter mantido a mesma média do Ideb no ensino médio, as escolas privadas registraram queda de desempenho dos estudantes nas provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Em matemática, a nota caiu de 322,25 em 2021 para 318,35 no ano passado. Em português, a nota passou de 314,46 para 314 no mesmo período.

O Ideb é produzido a cada dois anos para os anos iniciais (5º ano) e finais (9º ano) do ensino fundamental e também para o 3º ano do ensino médio. Ele é calculado a partir de dois componentes: a taxa de aprovação das escolas e as médias de desempenho dos alunos em uma avaliação de matemática e português.


Entenda o Ideb

O que é?
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica foi criado pelo Inep em 2007 para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.

O indicador é calculado para cada escola, município e estado, além de ter médias nacionais.

Como é calculado?
O Ideb é formado por dois fatores:

  1. desempenho dos estudantes no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica); as provas de matemática e português são aplicadas a cada dois anos
  2. taxas de aprovação escolar

Com esses dois componentes é calculado o índice, que varia de 0 a 10.

O Ideb estabelece metas?

Sim. Quando o indicador foi criado, foram estabelecidas metas para ser alcançadas até 2021: para os anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) a perspectiva era que o país alcançasse uma média igual ou superior a 6. Para os anos finais (do 6º ao 9º ano), a meta era alcançar a média de 5,5
Já ara o ensino médio, a meta era de 5,2 pontos. Cada escola também teve metas calculadas individualmente.

Como as metas não houve a formulação de um novo modelo do Ideb, só há metas até 2021. Assim, nesta edição de 2023 o indicador não há metas para serem alcançadas.

Quais são as críticas ao Ideb?

A principal crítica é de que o indicador é de difícil interpretação e, por isso, pouco ajuda gestores escolares e professores a entender o nível de aprendizado de seus estudantes e como esses resultados podem indicar melhores estratégias de ensino.

Especialistas também avaliam que as metas e a forma de avaliação do Saeb estão defasadas e não refletem o que atualmente é considerado como uma aprendizagem adequada. Ainda há críticas ao formato de cálculo do Ideb, que não mede as desigualdades educacionais. Assim, a busca pela melhora no indicador pode levar as redes de ensino à exclusão de estudantes com mais dificuldade.

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