Resíduos, lixo, restos, sujeiras, entulhos, detritos, refugos, sobras, despejo, ciscos. Muitos são os sinônimos, que você que está em casa observa aumentar cada dia mais.
Já parou para pensar em quanto lixo tem gerado? E mais, quanto esse número tem crescido com a quarentena? Talvez não, mas alguns números que veremos ao longo deste artigo comprovam a necessidade da gestão de resíduos em domicílios, cada um fazendo a sua parte, individualmente, ou em família. Vai que mais para frente isso não se torna cultural, não é mesmo?
Uma das questões que muitas pessoas têm perguntado é exatamente se os resíduos aumentarão na pandemia. Nas aulas online que estamos fazendo na ESPM, os alunos e alunas comentam que nunca tinham percebido o quanto de embalagens e resíduos estão gerando. Principalmente aqueles que moram nos grandes centros e pedem comida por aplicativo. Muitos sacos, embalagens de papelão e utensílios de uso de uma vez só.
Um outro fator que tem gerado o aumento do uso de descartáveis é o fato de estarmos em tempos de crise de saúde, já que tem a questão de segurança de contaminação. Porém, de acordo com algumas matérias jornalísticas, já estão sendo encontradas máscaras e luvas largadas nas ruas e nos parques. Que dureza, né?
Com certeza, nos hospitais, clínicas e na área médica todo este material que está chegando importado gerará mais resíduos. Neste caso, estes resíduos hospitalares são todos destinados para a destruição, conforme a Anvisa, sendo incinerados (assim esperamos).
A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) –que possui 41 empresas associadas–, em uma carta oficial, colocou que a quantidade de resíduos domiciliares ao longo deste período será de 15 a 25% a mais, e na área de resíduos hospitalares será de 10 a 20 vezes.
O documento orienta quem está contaminado com a Covid-19 a não separar o lixo doméstico e fechar bem os sacos para não contaminar ninguém. Vale a pena ressaltar, sempre, que é um momento específico e de crise.
Na cidade de São Paulo, desde o início do pedido de confinamento, a Vigilância Sanitária recomendou que as 25 cooperativas de reciclagem da cidade suspendessem as suas atividades. Todavia, a coleta porta a porta continua na cidade com a triagem sendo feito pelas máquinas especiais.
Este não é só um caso isolado, em outras cidades a coleta seletiva foram totalmente suspensas. Uma das preocupações foi a renda dos catadores e recicladores, pois estes trabalhadores, muitas vezes invisíveis, diariamente buscam o seu sustento realizando esta árdua tarefa de tirar o que achamos que some do nada.
Porém, organizações e empreendimentos sociais, como o Pimp My Carroça, criaram uma campanha de "vaquinha" virtual para garantir uma renda mínima básica para estes catadores. Juntamente com o aplicativo social Cataki, que faz o "match" de quem tem material reciclável com quem coleta, tem quase três mil catadores autônomos, que receberão este apoio.
O Instituto Coca Cola também entrou neste movimento e criou um fundo que garantirá uma renda mínima a cerca de 11 mil cooperados e autônomos em todo o Brasil. Uma das formas de combater estes hábitos, que geram cada vez mais resíduos, é entender suas leis e ensinar as pessoas a lidarem com esta problemática.
Por exemplo, o Instituto Lixo Zero está com cursos como Gestão Lixo Zero em Condomínios e Consultores para Certificação LixoZero, para aumentar a quantidade de especialistas e profissionais na temática. Outra forma de adquirir mais conhecimento é por meio das redes sociais.
Dois sites que conheço bem e recomendo são: Uma Vida Sem Lixo, da Cristal Muniz, e o Menos 1 Lixo, da Fe Cortez, duas super influencers do bem que, por meio de suas redes sociais, dão várias dicas sobre como viver com menos resíduos e muitas outras questões de sustentabilidade.
Além destes sites, estão sendo realizadas milhares e milhares de lives nas redes sociais sobre o tema. Basta pesquisar que você, com certeza, achará algo interessante. Sim, o desenvolvimento sustentável está sendo colocado em xeque neste momento, lembrando que não questionamos só o tema do lixo, mas também as questões ligadas ao meio ambiente como um todo, os seres humanos e todo o movimento econômico que estamos passando.
Este talvez seja o momento de perguntar sobre o modelo de vida que vivemos. E os resíduos, lixos e sobras que deixamos no planeta estão totalmente ligados a isso.
Temos que repensar nosso consumo e descarte urgentemente. E criar produtos e serviços que resolvam essa adversidade. Você pode usar este tempo de reflexão da quarentena para isso.
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