As falhas cerebrais são reais, e o antídoto não é continuar se arrastando –não importa o que a cultura da pressão quer que você acredite.
Fazer uma pausa pode permitir que você volte ao trabalho de forma mais concentrada e criativa.
COMO FOCAMOS?
Prestar atenção não é tanto uma ação, mas uma forma de processar informações, diz Marta Sabariego, professora-assistente do Mount Holyoke College que estuda a atenção.
As "redes relacionadas a tarefas" de nossos cérebros, que filtram as distrações, são ótimas para marcar itens numa lista de afazeres. Mas a solução de problemas e a inovação geralmente exigem deixar sua mente vagar para pensar em possíveis soluções usando esta rede de modo padrão, no qual fica ativa quando sonhamos acordados.
Para pensar criativamente, precisamos dar espaço para nossos pensamentos vagarem ao fazer uma pausa.
COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ DEVE FAZER UMA PAUSA?
Não existe uma regra rígida e rápida, aponta Sabariego. Se o seu trabalho exige que você seja multitarefa –o que pode aumentar o número de erros, reduzir a criatividade e causar fadiga–, é provável que você precise de pausas com maior frequência. Também depende do que você estiver fazendo. Você pode ficar concentrado durante 90 minutos ou mais fazendo o trabalho que considera desafiador e gratificante, mas precisar de pausas mais frequentes ao fazer tarefas domésticas ou entediantes.
APRECIE A NATUREZA
A atividade física é uma das melhores maneiras de dar um descanso ao cérebro, indica Gloria Mark, professora de informática da Universidade da Califórnia em Irvine. Ela trabalhou num estudo que descobriu que os trabalhadores que faziam uma caminhada de 20 minutos na natureza voltavam com ideias mais criativas do que aqueles que continuavam trabalhando.
DEIXE SEU TELEFONE LONGE
Navegar nas redes sociais pode não ser a pausa cerebral que você pensa que é. Ver algo perturbador no Twitter pode interromper sua tarefa atual e rondar sua mente conforme você segue em frente, impedindo que comece sua próxima tarefa revigorado e pronto para se concentrar, afirma Mark.
DEIXE SUA 'PEQUENA MENTE' BRINCAR
Certa vez, Maya Angelou se referiu a seu processo de trabalho como uma alternância entre sua "mente grande e sua mente pequena". Sua mente grande fazia o trabalho pesado, elaborando os poemas pelos quais ela se tornou famosa. Sua mente pequena, que ela usava entre as sessões de escrita, fazia palavras cruzadas.
"Eu amo essa ideia", diz Mark. "A mente pequena permite que sua mente grande se atualize e reabasteça." Resolver um cubo mágico ou tricotar pode ter o mesmo efeito que um jogo de palavras cruzadas, acrescenta.
FAÇA UM LANCHE
As células cerebrais precisam de glicose e sua atividade é fundamental para o foco. No entanto, comer em grande quantidade pode ativar o sistema nervoso parassimpático, deixando-nos sonolentos. Em vez de consumir punhados de passas cobertas de chocolate, prefira uma maçã.
Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.