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Hipertensão na idade adulta aumenta o risco de demência, mostra estudo

Trabalho aponta que pressão arterial descontrolada pode resultar na diminuição do tamanho do cérebro

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Gabriela Cupani
Agência Einstein

Adultos que não controlam a pressão arterial têm mais risco de desenvolver quadros de demência na velhice. A doença provoca uma atrofia no cérebro a longo prazo e aumenta o risco de declínio cognitivo, revela um estudo publicado no The Journal of the American Medical Association (Jama, na sigla em inglês) por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Os autores conduziram uma pesquisa observacional que comparou a pressão arterial de 427 voluntários ao longo da vida com exames de imagem realizados na velhice. O grupo incluia pacientes negros, que são a população mais afetada por demências, mas que frequentemente são menos avaliados.

Trabalho aponta que hipertensão na idade adulta aumenta o risco de pressão arterial na velhice - Brian Snyder/Reuters

Todos os participantes passaram por check-ups em dois momentos: o primeiro foi feito entre 30 e 40 anos e o segundo por volta dos 70 anos. Eles foram submetidos a ressonâncias magnéticas.

Com base nesses dados, os cientistas observaram que aqueles que tinham pressão alta ou que desenvolveram hipertensão ao longo do tempo apresentaram um volume cerebral menor na velhice.

"Já se sabe que os fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto ou tabagismo, também são fatores de risco para o desenvolvimento de demências no futuro", diz a geriatra Thais Ioshimoto, do Hospital Israelita Albert Einstein.

"Um tipo de demência, conhecida como demência vascular, ocorre devido aos microinfartos cerebrais que levam à atrofia cerebral", indica ela. Essa é a razão pela qual ocorre a redução no tamanho do cérebro.

A hipertensão arterial elevada a longo prazo também pode danificar as artérias cerebrais, principalmente as de pequeno calibre, e isso pode resultar em declínio cognitivo. Além disso, a hipertensão também pode danificar artérias maiores, aumentando o risco de AVC (acidente vascular cerebral).

O estudo reforça a importância do controle dos fatores de risco modificáveis para prevenir qualquer tipo de demência. Isso inclui desde doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade, até outros aspectos como estresse e tabagismo.

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