Queda de cabelo em excesso pode indicar condição chamada 'eflúvio telógeno'

Problema pode ser derivado do estresse e se manifesta entre seis semanas e três meses após grande tensão

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Melinda Wenner Moyer
The New York Times

Pessoas saudáveis perdem cerca de 50 a 100 fios de cabelo por dia, de acordo com a Academia Americana de Dermatologia. Mas se você está perdendo mais que isso pode ser um sinal de uma condição chamada eflúvio telógeno, ou queda excessiva de cabelo.

E o eflúvio telógeno certamente pode ser induzido pelo estresse, segundo Antonella Tosti, dermatologista que trata a queda de cabelo na Escola de Medicina Miller da Universidade de Miami.

Os especialistas não sabem exatamente quão comum é o eflúvio telógeno, em parte porque não há muitas pessoas diagnosticadas com ele. Mas as mulheres podem ser mais propensas a desenvolver a condição do que os homens, pois pode ser desencadeado por mudanças no corpo relacionadas à gravidez, afirma Angela Lamb, dermatologista do Mount Sinai, na cidade de Nova York.

Estresse pode causar queda de cabelo - Siam/Adobe Stock

Esse excesso de queda de cabelo pode envolver a perda de "até um terço do volume do cabelo", acrescenta ela. Mas a boa notícia é que geralmente é temporária.

Entendendo a causa

As pessoas geralmente desenvolvem eflúvio telógeno entre seis semanas e três meses após um evento estressante, como uma grande cirurgia, doença crônica ou de curta duração (especialmente se envolveu febre), gravidez ou morte na família – basicamente, "qualquer coisa que cause estresse ou choque em seu sistema", afirma Lamb.

Isso ocorre porque o estresse aumenta os níveis de cortisol no corpo, um hormônio que interrompe o crescimento do cabelo, segundo ela.

A pesquisa sugere que esse tipo de perda de cabelo pode ocorrer depois que as pessoas se recuperam da Covid-19. Em um estudo de 2022, por exemplo, os pesquisadores entrevistaram quase 6.000 pessoas no Brasil que se recuperaram da Covid nos últimos três meses. Quase metade das pessoas que responderam relataram ter queda de cabelo.

"Se seu cabelo estava bom e você teve Covid e, seis a dez ou 12 semanas depois, está perdendo uma tonelada de cabelo no chuveiro –isso é eflúvio telógeno", indica Lamb.

A condição também pode se desenvolver em resposta ao estresse cotidiano crônico, diz Tosti, como no trabalho ou no relacionamento.

Tosti disse que o estresse também pode causar ou piorar outras condições que levam à queda de cabelo, como a alopecia areata, doença na qual o sistema imunológico ataca e destrói os folículos pilosos, e o líquen plano pilar, condição inflamatória rara que pode causar cicatrizes no couro cabeludo e perda de cabelo. Mas Lamb observa que não há nenhuma pesquisa definitiva vinculando o estresse a essas duas condições.

O que você pode fazer

Se você está perdendo cabelo por causa do estresse, Lamb recomenda tomar diariamente um multivitamínico contendo vitamina D, que participa do crescimento do cabelo, e vitamina B12, da qual havia insuficiência em alguns pacientes com eflúvio telógeno – embora haja dados limitados sobre isso. As vitaminas podem ser especialmente importantes para as pessoas que se recuperam de grandes cirurgias, pontua ela, pois as deficiências podem ser mais comuns durante esse período.

Lamb não recomenda suplementos de venda livre especificamente comercializados para tratar a queda de cabelo que contêm altas doses de biotina. Os suplementos de biotina demonstraram interferir nos resultados dos testes de hormônio da tireoide e, às vezes, podem causar surtos de acne, diz ela.

Se você quiser tentar acelerar o crescimento do cabelo, pode experimentar um tratamento tópico de minoxidil sem receita, pontua Tosti. Ou pode pedir ao seu médico uma receita de minoxidil oral ou finasterida oral, recomenda Lamb.

Esses tratamentos podem "ajudar a estimular o cabelo a crescer mais rápido", diz ela. Mas na maioria das vezes, acrescenta, a perda de cabelo induzida pelo estresse se dissipa e o cabelo volta a crescer por conta própria.

"Você passará por essa fase de queda, geralmente durante várias semanas, talvez alguns meses, e depois diminuirá", afirma Lamb.

Dito isso, se a queda continuar depois de três ou quatro meses, acrescentou, você deve consultar um médico.

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