Descrição de chapéu Saúde responde

Um escorpião me picou. O que faço?

Os acidentes com o animal vêm aumentando no Brasil nos últimos anos

São Paulo

Em caso de picada, a busca rápida por atendimento médico é o primeiro passo. Caso seja necessário, os efeitos da picada do animal serão combatidos e soro contra o veneno será usado.

Quando for possível e não representar mais risco, levar o escorpião —até mesmo morto— ao serviço de saúde também pode ser útil, segundo Fan Hui Wen, gestora de projetos do Instituto Butantan.

Escorpião ao sol
Foto ganhadora, de um escorpião ao sol, do Young Wildlife Photographer of the Year, do Museu de História Natural de Londres - Carlos Pérez Naval

Os acidentes com escorpiões vêm aumentando no Brasil nos últimos anos. Um dos possíveis motivos para o crescimento é a ampliação dos espaços urbanos.

Wen afirma que esses animais não são muito ativos —caçam à noite— e que buscam locais com umidade e calor para se fixar. Mesmo assim, ele consegue sobreviver em diversos lugares devido à sua plasticidade de adaptação.

Nos ambientes urbanos, os escorpiões encontram casa em meio a entulho, lixo e baratas --seu principal alimento. Por esse motivo, cobrir ralos e frestas na casa, além de logicamente manter o ambiente limpo, são maneiras de reduzir a chance de acidentes.

“Na maioria das vezes a picada ocorre nas extremidades das mãos e eventualmente nos pés”, diz a médica. “Não é incomum ser picado quando vai calçar o sapato ou a bota.”

Logo após o acidente há dor no local, parestesia (sensação de alteração da sensibilidade da região), inchaço e uma pequena vermelhidão.

Segundo o Ministério da Saúde, deve-se limpar o local da picada com água e sabão e pode-se aplicar compressas mornas. 

Contudo, em algumas pessoas pode haver um envenenamento sistêmico, quando as neurotoxinas liberadas pela picada acabam na circulação sanguínea e chegam até os órgãos. Esse veneno atua no sistema nervoso autônomo, responsável pela respiração, digestão e circulação sanguínea.

“O que se sabe hoje é que o escorpião-amarelo [Tityus serrulatus], por possuir um veneno mais potente leva a mais casos graves”, diz Wen. “Crianças de até 12 anos também têm uma susceptibilidade maior a esse veneno.”

Essa espécie costuma se adaptar facilmente ao ambiente urbano e possui ampla distribuição pelo país.

A médica do Instituto Butantan diz que a gravidade dos acidentes com escorpiões pode ser leve —somente a dor—, moderada e grave —ambas necessitam de soro para tratamento e segurança da pessoa que sofreu a picada.

“O sinal premonitório [de que o quadro pode ser mais grave] é quando o paciente apresenta náuseas ou vômitos, além da dor”, diz Wen.

Ao ser picado, não se deve tentar prender a circulação da área atingida ou sugar o veneno. Também não se deve cortar, furar, queimar, passar qualquer tipo de substância ou mesmo fazer um curativo sobre a picada.

"Se você tomar uma injeção e se arrepender, vai conseguir tirar o remédio?", compara Wen. "Nada disso é capaz de remover o veneno."

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