Descrição de chapéu Coronavírus

Entenda a diferença entre 'isolamento horizontal' e 'isolamento vertical'

Restrição mais ampla, criticada por Bolsonaro, é tido como a melhor aposta no momento

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São Paulo

Nos últimos dias, com a expansão dos casos do novo coronavírus e principalmente após falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teve início uma discussão sobre a efetividade do "isolamento horizontal" e a possibilidade de isolar as pessoas "verticalmente".

O que Bolsonaro chamou de "isolamento vertical" na prática seria uma medida de isolamento de idosos e pessoas com doenças (como moléstias cardiorrespiratórias, diabetes ou câncer), que são os grupos de risco da Covid-19.

Algo próximo ao que Bolsonaro defende foi tentado pelo Reino Unido, que inicialmente resistiu à ideia de medidas mais restritivas. O governo britânico recomendou que maiores de 70 anos não saíssem de casa por quatro meses, além de proibir eventos públicos e orientar que as pessoas trabalhassem de casa quando possível. A posição do primeiro-ministro, Boris Johnson, mudou após um estudo apontar que, sem restrições mais amplas, o número de mortos no país poderia chegar a 250 mil.

A opção com alguma eficácia comprovada para o momento é o que se pode chamar de "isolamento horizontal", o que na verdade são medidas mais abrangentes de distanciamento social e restrição de circulação de pessoas. Tais medidas podem ir desde o distanciamento sugerido (ao mesmo tempo em que há fechamento de escolas, lojas, museus, estádios etc) até mesmo o lockdown, no qual o governo proíbe a movimentação das pessoas e chega a estabelecer multas e até prisão para quem sai de casa sem motivo justificado.

O "isolamento horizontal", de forma geral, ajuda a diminuir a circulação do vírus e, consequentemente, reduz a quantidade de casos e a necessidade de hospitalizações.

Segundo uma pesquisa publicada recentemente, a adoção do "isolamento horizontal" em Wuhan, na China, epicentro da pandemia, e na província de Hubei pode ter reduzido em até 92% a gravidade que a epidemia teria no país asiático em meados deste ano.

Ao mesmo tempo em que o "isolamento horizontal" é mais efetivo, segundo as informações disponíveis mais recentes, sem dúvida há impactos econômicos associados.

Os países têm tentado minimizar esses impactos a partir de medidas econômicas, várias delas destinadas aos pequenos empresários e à população mais pobre. Em São Paulo, por exemplo, o governo isentou de conta de água 506 mil famílias por 90 dias.

No âmbito federal brasileiro, o Ministério da Economia pretende injetar R$ 147,3 bilhões para tentar minimizar os efeitos econômicos do novo coronavírus.

Uma alternativa para medidas de restrição de movimento mais rígidas é o rastreamento e isolamentos de casos. Isso, contudo, é mais complexo de ser feito e depende de disponibilidade de testes —ainda em escassez no Brasil, que já tem quase 3.000 casos confirmados da Covid-19.

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