Descrição de chapéu Coronavírus

SP ultrapassa 3.000 mortos, Doria decreta luto e diz que Bolsonaro dá mau exemplo

O que tem estimulado lamentavelmente a conduta das pessoas é o comportamento errático do presidente, diz governador

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São Paulo

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (6) que o estado de São Paulo chegou a 3.000 mortos, decretou luto e atacou o presidente Jair Bolsonaro por dar mau exemplo à população.

As declarações foram dadas no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona oeste de SP.

O estado atingiu 3.045 mortos nesta quarta, com 194 novas mortes, um crescimento de 7%. Além disso, São Paulo chegou a 37.853 casos confirmados, um aumento de 10%.

"Lamentavelmente, ultrapassamos 3.000 mortos com coronavírus. O maior volume da história de São Paulo em todos os tempos de mortos, numa circunstância onde em menos de 60 dias 3.000 mil vidas foram perdidas. Em respeito a suas famílias e aos amigos que perderam suas vidas, amanhã o Diário Oficial virá com decreto de luto oficial perdurando enquanto a crise do coronavírus e a pandemia perdurar", disse.

O isolamento social foi de 47%, abaixo do esperado pelo governo. Questionado se o anúncio precoce da flexibilização da quarentena não influenciou neses números, Doria culpou Bolsonaro.

"O que tem estimulado lamentavelmente a conduta das pessoas é o comportamento errático do presidente do Brasil, que dando maus exemplos todos os finais de semana sai para fazer passeios na Esplanada dos Ministérios ou em cidades-satélite de Brasília, negando a ciência, a orientação do isolamento e dando um péssimo exemplo aos brasileiros", disse.

Apesar das críticas a Bolsonaro, Doria elogiou o ministro da Saúde, Nelson Teich, por ir ao Amazonas verificar a situação do estado.

No atual patamar de isolamento, a administração estadual teme que o sistema de saúde paulista não aguente a demanda. Segundo o governo, a ocupação da UTI no estado é de 67,2% e, na Grande São Paulo, de 86,6%.

Perguntado se a PM fiscalizará o uso obrigatório de máscaras, Doria afirmou que a função será feita pelos prefeitos. "Apenas em caso extremo, se necessário, com apoio da PM, mas não será tarefa da PM nem na capital e nem em nenhuma outra região do estado", disse.

O tucano repercutiu entrevista da Folha com o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), que cobrou empatia de Doria. Ele afirmou que espera que o governador confie mais na avaliação dos prefeitos do estado e anuncie nesta sexta-feira (8) o início da flexibilização da quarentena —do contrário, diz, será difícil manter o isolamento, porque a população já está esgotada.

"Não estou preocupado nem com empatia nem com simpatia, estou preocupado em proteger vidas", disse Doria.

O governador também fez anúncios relacionados à pandemia. Entre eles, está uma força-tarefa da Polícia Civil para emissão de documentos para moradores de rua, de modo que eles possam ter acesso ao auxílio emergencial do governo federal.

Ele também voltou a anunciar serviços online pelo Poupatempo. Agora, foi lançado um aplicativo que dá acesso 60 serviços públicos diferentes pelo celular, sem necessidade de deslocamento a um posto físico. O aplicativo pode ser baixado por meio da Google Play ou Apple Store.

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