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EUA começam vacinação contra Covid-19 enquanto ultrapassam marca de 300 mil mortes

Previsão é que 20 milhões de americanos sejam vacinados até o fim de dezembro

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Washington

Os EUA começaram nesta segunda-feira (14) a maior campanha de vacinação de sua história, com a distribuição do imunizante contra a Covid-19 no momento em que o país assiste ao recordes de mortes diárias e ultrapassa 300 mil vítimas da pandemia.

A previsão é que 20 milhões de americanos sejam vacinados até o fim de dezembro, com prioridade para profissionais de saúde, idosos que vivem em asilos e trabalhadores de serviços essenciais.

Segundo autoridades de saúde, a expectativa é que todos os americanos sejam imunizados até julho de 2021, mas há desafios de logística e distribuição que precisam ser encarados para que essa meta seja cumprida.

Cinco profissionais da linha de frente do combate à pandemia foram os primeiros a receber a vacina em Washington, capital nos EUA, horas depois de a enfermeira Sandra Lindsay inaugurar a imunização no país, em um hospital de Nova York.

Na capital americana, a vacinação começou por volta das 15h (17h de Brasília), quando o grupo chamado de os "Cinco Primeiros" tomou a vacina produzida pela Pfizer em parceria com a BioNTech, com transmissão ao vivo de dentro do hospital da Universidade George Washington.

A primeira a receber a vacina em Washington foi a enfermeira Barbara Neiswander, que trabalha no atendimento de emergência do hospital. "Foi um privilégio, e quero encorajar as pessoas a fazerem o mesmo", disse ela minutos depois de receber a primeira dose do imunizante.

Durante esta semana, 2,9 milhões de doses da vacina serão distribuídas pelo país —a imunização acontece em duas doses, separadas por um período de três semanas.

Anestesista de 52 anos, Raymond Pla trabalha há duas décadas no hospital da Universidade de George Washington e também fez parte do grupo das primeiras pessoas a receber a vacina na capital dos EUA. "É uma honra ser parte desse processo, que vai ser longo, mas o importante é que começou", afirmou. "Na verdade, começou com a pesquisa para a produção da vacina. Os voluntários foram herois para demonstrar que o imunizante é seguro e eficaz."

O secretário de Saúde americano, Alex Azar, acompanhou a vacinação dos "Cinco Primeiros" em Washington e fez um pronunciamento rápido a jornalistas em que disse que aquele era um dos momentos mais significativos de sua carreira. "Hoje é um dia maravilhoso [...]. Foram heróis que receberam as primeiras doses."

Azar reforçou a previsão do governo americano de vacinar 50 milhões de pessoas até o fim de janeiro e 100 milhões, ou seja, um terço da população americana, até o março.

Para isso, além da vacina da Pfizer, autoridades contam com imunizantes produzidos por outros laboratórios, como o da Moderna, que será analisado pela FDA, agência reguladora dos EUA, em 17 de dezembro.

Na sexta-feira (11), a FDA autorizou o uso emergencial da vacina produzida pela Pfizer em parceria com a BioNTech, e abriu caminho para que a imunização no país tivesse início nesta semana. Os dados sobre a vacina, chancelados pela agência de forma independente, mostram que ela é segura e tem 95% de eficácia.

Os carregamentos das doses do imunizante começaram a ser distribuídos no domingo (13) e, na manhã desta segunda, a primeira vacina dos EUA foi aplicada no Long Island Jewish Medical Center, em Nova York.

A enfermeira Sandra Lindsay está sentada, usa máscara e recebe a vacina da Pfizer nos EUA
A enfermeira Sandra Lindsay é a primeira a receber a vacina da Pfizer nos EUA nesta segunda (14) - Reprodução/Twitter

A injeção foi mostrada em transmissão ao vivo com o governador do estado, o democrata Andrew Cuomo, e terminou com aplausos.

"Sinto-me esperançosa e aliviada, sinto que a cura está chegando", disse a enfermeira Sandra Lindsay. "Espero que isso marque o começo do fim de um período muito doloroso de nossa história. Quero suscitar confiança no público de que a vacina é segura."

Oficiais de saúde tentam superar a desconfiança que muitos americanos ainda têm com as vacinas, preocupados que a velocidade com que o imunizante foi desenvolvido —onze meses— possa comprometer sua segurança.

Somente 61% dos americanos disseram que aceitam ser imunizados, segundo uma pesquisa da Reuters/Ipsos.

Logo depois que a enfermeira foi vacinada em Nova York, o presidente Donald Trump tuitou: "primeira vacina administrada. Parabéns EUA, parabéns mundo."

Segundo líderes da Operação Warp Speed, parceria público-privada liderada pelo governo americano para acelerar o desenvolvimento, a fabricação e a distribuição de vacinas, 30% dos americanos devem ser vacinados até março, mas isso deixaria o país ainda muito distante da chamada imunidade de rebanho, que impediria a transmissão do vírus.

Dessa forma, máscaras e distanciamento social ainda serão necessários por meses para conter a doença.

O médico Sean Chester, que também foi vacinado nesta segunda em Washington, lembrou da necessidade das medidas restritivas, mesmo com o início da imunização. "Sei que as pessoas estão cansadas de ficar em casa, mas estamos tão perto. Vamos fazer um esforço por mais alguns meses."

Projeções apontam que pode os EUA podem somar 500 mil mortos por Covid-19 antes que as vacinas estejam disponíveis para a maioria da população.

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