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Região Sudeste concentra mais da metade de todos os médicos do país

Brasil viu o número de profissionais dobrar nas últimas duas décadas, mas divisão segue desigual

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Brasília

O número de médicos atuando no Brasil mais do que dobrou nas últimas duas décadas, chegando a um total de 500 mil profissionais.

​No entanto a distribuição dos médicos segue desigual no país, com a maior parte deles se concentrando nas capitais e cidades grandes e de médio porte. A região Sudeste sozinha concentra mais da metade de todos os profissionais do país.

Os dados fazem parte do estudo Demografia Médica no Brasil, organizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), em parceria com a Faculdade de Medicina da USP. Os resultados foram divulgados na tarde desta terça-feira (8).

O aumento no número de médicos nos últimos anos fez com que o país atingisse o índice de 2,38 profissionais por mil habitantes. Para efeitos de comparação, há 40 anos, o índice era de 0,94. ​

Esse crescimento, porém, não atingiu todas as regiões brasileiras. De maneira geral, os profissionais ainda estão concentrados nas capitais, em cidades de grande ou médio portes e nas regiões mais próximas do litoral.

"As desigualdades que persistem na distribuição dos profissionais são evidentes, não importa se comparadas as grandes regiões do país, as unidades da federação, a capital e o interior de um mesmo estado ou grupos de municípios segundo estratos populacionais", afirma o estudo.

Os dados mostram que o Sudeste é a área de atuação de 53,2% de todos os médicos brasileiros.

Por outro lado, o Norte, que concentra 8% da população brasileira, tem apenas 4% do total de médicos que atuam no Brasil.

Os médicos brasileiros também atuam preferencialmente em cidades grandes ou de médio porte. As 48 cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes têm 62,4% de todos os profissionais do país, embora concentrem 31,7% da população.

Dentre as capitais brasileiras, algumas apresentam uma proporção de médicos de países desenvolvidos, como Vitória e Florianópolis, que têm mais de 10 profissionais por mil habitantes —respectivamente 13,71 e 10,68.

No outro extremo, estão na Região Norte as capitais menos atendidas pelos médicos. Macapá e Rio Branco contam, respectivamente, com 1,77 e 1,99 profissionais por mil habitantes.

Em relação a estados, com razão de 1,07, e o Maranhão, com 1,08, continuam sendo as unidades da federação com menor número de médicos em relação à população.

O estudo, no entanto, ressalta que pela primeira vez o índice de médicos em nenhum estado ou capital se mostrou inferior a 1.

Outro recorte também aponta que há uma grande disparidade entre a oferta de médicos, quando se comparam os índices das capitais e das cidades do interior —mesmo dentro do mesmo estado.

"Moradores de municípios do interior de todos os nove estados do Nordeste contam com um ou menos médicos por mil habitantes. Na região Norte, cinco dos sete estados estão na mesma situação", afirma o texto.

Outra disparidade diz respeito à comparação entre áreas urbanas e rurais. O estudo mostra que as áreas rurais fora de região metropolitana têm proporção baixa, 0,59 por mil habitantes. Essas áreas somam 26.123 médicos para 15 milhões de pessoas.

Os dados também apresentam um perfil dos médicos brasileiros. Em comparação com as edições anteriores, nota-se que os profissionais estão mais jovens e as mulheres, cada vez mais ganhando espaço.

Atualmente, 53,4% dos médicos são homens, enquanto que 46,6% são mulheres.

As médicas representam uma fatia maior dos profissionais mais jovens. No entanto, novamente, a distribuição por regiões mostra grandes diferenças dentro do país.

No estado de Alagoas, as mulheres representam 51,6% de todos os médicos. O índice também está acima de 50% no Rio de Janeiro e em Pernambuco.

Por outro lado, no Amapá, as mulheres representam 37,7% de todos os profissionais da área.

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