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Brasil bate recorde com 1.954 mortes por Covid em 24h; média móvel é a mais alta pelo 11º dia seguido

País vive pior momento da pandemia e está há 48 dias com média móvel de mortes acima de 1.000

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São Paulo

O Brasil bateu os recordes de mortes em um único dia e de média móvel de óbitos nesta terça-feira (9). Foram 1.954 vidas perdidas registradas nas últimas 24 horas, o que elevou a média móvel de mortes para 1.572 —trata-se do 11º dia seguido de recorde.

Os valores recordes ocorrem mesmo com a ausência do número de mortes em Goiás, que não atualizou o dado por problemas no sistema.

O maior número de mortes até então era do último dia 3 de março, com 1.841 mortes (além de 74.376 casos) em 24 horas. Em seguida, apareciam os dias 4, 5 e 2 do mesmo mês, com, respectivamente, 1.786, 1.738 e 1.726 óbitos.

Já o recorde anterior de média móvel ocorreu na segunda (8), com 1.540 óbitos. A média móvel é recurso estatístico que busca dar uma visão melhor da evolução da doença ao atenuar números isolados que fujam do padrão. Ela é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

Também foram registrados 69.537 casos da doença, nesta terça, o sétimo maior valor da pandemia. Com os dados atualizados, o país chegou a um total de 268.568 mortes e a 11.125.017 pessoas infectadas pelo coronavírus Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.

O Brasil enfrenta o pior momento da pandemia, com situações críticas em todas as regiões do país e até mesmo colapsos em algumas áreas.

Em nota técnica na última semana, a Fiocruz alertou sobre o grave e inédito momento do país na pandemia. "Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de Srag [Síndrome Respiratória Aguda Grave], a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais".

Segundo o boletim, "os dados são muito preocupantes, mas cabe sublinhar que são somente a 'ponta do iceberg'".

São Paulo foi o estado com o maior número de mortes registradas: 517, um recorde. Antes, no dia 29 de julho de 2020 o estado tinha registrado 713 óbitos, mas tratava-se da soma do dia em questão e do anterior, no qual não havia sido documentado oficialmente nenhum óbito.

O Rio Grande do Sul teve recordes de mortes (275) e de casos (11.806). Santa Catarina atingiu o número mais alto de mortes (108), em 24 horas.

Os dados do país, coletados até as 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as secretarias de Saúde estaduais.

O consórcio também atualizou as informações repassadas sobre a vacinação contra a Covid-19 por 24 estados.

Já foram aplicadas no total 11.712.157 doses de vacina (8.736.891 da primeira dose e 2.975.266 da segunda dose), de acordo com as informações disponibilizadas pelas secretarias de Saúde.

Isso significa que somente 5,43% dos brasileiros maiores de 18 anos tomaram a primeira dose e só 1,85%, a segunda.

Nas últimas 24 horas, 238.962 pessoas tomaram a primeira dose da vacina e 126.419, a segunda.

As vacinas disponíveis no Brasil são a Coronavac, do Butantan e da farmacêutica Sinovac, e a Covishield, imunizante da Fiocruz desenvolvido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca. A vacina da Pfizer tem o registro definitivo da Anvisa, mas ainda não está disponível no país.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

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