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Em depoimento à PF, empresários de MG admitiram ter adquirido supostas vacinas de origem ilícita

Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de enfermeira e em clínica nesta terça (30)

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Belo Horizonte

A Polícia Federal em Minas Gerais cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de uma suposta enfermeira, que teria participado de uma vacinação irregular em Belo Horizonte, revelada por uma reportagem da revista piauí, e em uma clínica, na tarde desta terça-feira (30).

Material apreendido pela PF na residência de uma enfermeira e em uma clínica, durante investigação sobre suposta vacinação irregular em BH - Divulgação PF

Em depoimento à PF, os irmãos Robson e Rômulo Lessa, empresários do setor de transporte, admitiram que adquiriram medicamentos de origem ilícita. A reportagem não conseguiu contatar os irmãos ou a defesa deles.

Segundo fontes, à polícia, os dois admitiram terem organizado a vacinação e que a divulgaram entre conhecidos. O pagamento, de R$ 600 por pessoa, seria feito via Pix.

Pelas imagens divulgadas pela PF do material apreendido durante a operação desta terça, foram encontrados um cartão de vacina assinado “Vacina Covid Pfizer 24/03/21”, seringas e o que parecem ser medicamentos.

A data parece rasurada e o cartão indica no campo da segunda dose outra data, "18/03/21".

Segundo a coluna Painel, uma linha de investigação da polícia é que as vacinas seriam falsas. A PF encontrou soro e ampolas na casa da suposta enfermeira, identificada como Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas. Os materiais foram apreendidos e serão encaminhados para a perícia criminal.

O Coren-MG (Conselho Regional de Enfermagem) informa que não consta nos seus registros a inscrição de profissional de enfermagem no estado com esse nome.

Desde a divulgação do caso, a Pfizer nega comercialização do imunizante em território brasileiro ou “fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização”.

A mulher, o filho dela e um homem, que seria o motorista que levou a suposta enfermeira para a garagem onde foram aplicadas as vacinas, foram conduzidos para prestar depoimento.

O filho dela, identificado como Igor Torres, foi dispensado do depoimento na terça, depois de passar mal na Superintendência da PF, e ficou de comparecer nesta quarta. Como ele não se apresentou, a PF deve intimá-lo, provavelmente na próxima semana.

O suposto motorista também foi dispensado para auxiliar o jovem e ainda não tem data para ser ouvido.

À PF, primeiro, Cláudia se identificou como enfermeira, depois disse ser cuidadora de idosos, mesma profissão do filho.

Segundo a PF, Cláudia, que tem passagem por furto, teria vendido vacinas ilegais para outras pessoas, além do grupo que é investigado pela operação atual. Ela foi presa em flagrante, por crime previsto no artigo 273 do Código Penal.

O advogado que acompanhou a mulher, Bruno Agostini Ribeiro, disse a jornalistas que só irá se manifestar no processo.

Na sexta-feira, na ação que cumpriu seis mandados de busca e apreensão, os policiais encontraram no escritório de um dos Lessa uma lista com nome de 57 pessoas que supostamente teriam sido vacinadas na garagem.

A PF trabalha com três linhas de investigação: que as vacinas tenham sido importadas ilegalmente, sendo a origem chilena uma das hipóteses, que os medicamentos tenham sido desviados do Ministério da Saúde ou ainda que as doses eram falsas.

A Folha apurou que mais de 80 pessoas foram vacinadas entre segunda e terça-feira -- a vacinação revelada pela reportagem da piauí, ocorrida no dia 23 de março, teve um grupo de cerca de cinquenta pessoas, segundo a revista.

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