Dar ao menos 7.000 passos diários reduz taxa de mortalidade em até 70%

Estudo feito nos Estados Unidos apontou vantagens da caminhada para a saúde

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São Luís

Dar no mínimo 7.000 passos por dia diminui em até 70% o risco de morte de adultos de meia idade, diz uma nova pesquisa. A conclusão atualiza uma ideia antiga de seria necessário andar no mínimo 10 mil passos diários para alcançar efeitos positivos na saúde.

Realizado pela Universidade de Massachusetts (nos EUA), o estudo separou em grupos diferentes os participantes que andavam mais de 10 mil passos diariamente e os que andavam aproximadamente 7.000.

Pessoa caminhando na cidade de Baltimore, nos EUA
Pessoa caminhando na cidade de Baltimore, nos EUA - Patrick Smith - 1º.abr.20/Getty Images/AFP

No fim da pesquisa, os participantes de ambos os grupos apresentaram taxas semelhantes de mortalidade.

Em um terceiro grupo, comporto por pessoas que andavam menos de 7.000 passos por dia, a taxa de mortalidade ficou mais alta do que os outros dois.

Os pesquisadores também apontaram que quem caminha pouco tem mais chance de ter um IMC (Índice de Massa Corporal) mais alto, menor acompanhamento médico e maior prevalência de hipertensão e diabetes.

O estudo acompanhou 2.110 pessoas durante 11 anos. O grupo era formado por homens e mulheres, com média de idade de 45 anos. A amostra foi balanceada para incluir variações do IMC, fumantes, consumidores de bebidas alcoólicas, além de pessoas com diferentes alimentações e com doenças prévias.

O grupo também incluía tanto brancos quanto negros —entre a população em geral, adultos negros têm maior taxa de mortalidade. No entanto, os pesquisadores afirmam que, no estudo, os resultados foram os mesmos independentemente da cor e do sexo do participante.

A pesquisa também mostrou que não existe ligação entre aumento da mortalidade e uma maior quantidade de passos por minuto, uma hipótese já levantada por especialistas que se acreditava verdadeira.

Para Celso Amadeo, médico e presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), essa descoberta faz sentido.

Ele afirma que, para cada pessoa, o ideal é utilizar entre 40% e 50% da capacidade cardiovascular. Como a caminhada é um exercício de baixa intensidade, mesmo que alguém dê muitos passos por minuto, seria muito difícil ultrapassar esse limite.

Com base em outro estudo, os cientistas também analisaram se, no caso de pessoas mais velhas, a quantidade de passos mínimos por dia para obter benefícios para a saúde pode ser menor.

Neste caso, Amadeo menciona uma pesquisa realizada no estado da Califórnia, também nos Estados Unidos, que chegou à conclusão de que uma média de 4.500 passos por dia para a população idosa já seria suficiente para diminuir riscos de saúde.

Além de ser uma das atividades mais simples no combate ao sedentarismo, a caminhada traz benefícios para outras áreas da saúde, afirma Amadeo. “Do ponto de vista psicológico, a caminhada traz diminuição de estresse e ansiedade. Também quem faz caminhada [regularmente], quando se alimenta, pensa na quantidade e qualidade dos alimentos que podem trazer benefícios para a saúde cardiovascular.”

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