Descrição de chapéu câncer

Governo libera R$ 19 mi para compra de radiofármacos após paralisação de produção

Interrupção por falta de verbas foi alertada na última semana; tratamentos já estavam sendo afetados

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São Paulo

Em edição extra do Diário Oficial da União, o governo Jair Bolsonaro, através do Ministério da Economia, liberou pouco mais de R$ 19 milhões para a produção e fornecimento de radiofármacos. A liberação ocorre após o tratamento de pessoas com câncer começar a ser afetado pela falta dos medicamentos.

A produção das drogas, usadas para diagnóstico e tratamento de câncer, por exemplo, foi paralisada no país na segunda-feira (20), devido a falta de verba para o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). A situação tinha sido alertada pouco tempo antes.

Estimativas da SBMN (Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear) indicam que esses medicamentos são utilizados, por anos, em 1,5 milhão a 2 milhões de procedimentos, como as radioterapias. Por dia, a falta dessas drogas pode impactar o atendimento de 5.000 a 10.000 pacientes no país.​

Na semana passada, o Ipen, órgão vinculado à CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), enviou um ofício para serviços de medicina nuclear do país no qual afirmava que haveria paralisação da produção dos radiofármacos a partir do dia 20, por causa de redução no orçamento. ​

Os radiofármacos são usados principalmente para tratamento de câncer, em sessões de radioterapia, mas também são úteis para outras enfermidades, como doenças cardiológicas e epilepsia. ​Dois exemplos são o lutécio-177, aplicado contra tumores neuroendócrinos, e o iodo radioativo, usado contra câncer de tireoide, já passaram a não ser mais fornecidos pelo Ipen nesta semana.

Máquina redonda sobre a cabeça de um paciente que está deitado, com uma espécie de máscara branca cobrindo o rosto; feixes de luz verde se sobrepõem à cabeça da pessoa e também atingem a parede branca da sala
Paciente com câncer faz sessão de radioterapia no Hospital Heliópolis, em São Paulo - Lalo de Almeida/Folhapress

Para esses dois produtos, existe a possibilidade de importação. Para isso, no entanto, é necessário entrar com pedidos de excepcionalidade junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para liberar a compra do exterior mais rapidamente.

Outro problema da importação são os custos, mais elevados do que quando os medicamentos são fornecidos pelo Ipen.

A suspensão da produção pode também afetar outros três materiais radioativos que eram fornecidos unicamente pelo Instituto, por ele ter monopólio da fabricação.

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