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Brasil ultrapassa 150 milhões de pessoas com 1ª dose da vacina contra Covid

País também chegou a 602 mil de mortes por Covid e a mais 21,6 milhões de pessoas infectadas

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São Paulo

O Brasil chegou, nesta quinta-feira (14), a 150.659.242 pessoas com a primeira dose da vacina contra a Covid.

A marca foi alcançada um dia depois do país chegar a 100 milhões de pessoas com esquema vacinal completo, ou seja, aquelas que receberam as duas doses ou a dose única da Janssen. A imunização completa só ocorre, em média, 15 dias após a segunda dose.

Profissional de saúde coloca uma agulha em um frasco com vacina contra Covid
Brasil chegou a mais 150 milhões de pessoas com a 1ª dose - Rivaldo Gomes/Folhapress

Mais uma vez, o Brasil está em um pequeno grupo de países populosos a atingir tal marca. Somente a Índia, a China e os EUA aplicaram tantas primeiras doses —na verdade, números bem superiores.

A China já aplicou mais de 1,1 bilhão de primeiras doses, segundo dados do site Our World in Data. A Índia, por sua vez, tem mais de 690 milhões de aplicações. Já os EUA têm mais de 217 milhões com ao menos uma dose.

Os números consideravelmente superiores, porém, podem ser explicados, pelo menos em parte, pelo tamanho das populações dessas nações. A China tem mais de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia, mais de 1,3 bilhão e os EUA, mais de 330 milhões —o Brasil tem pouco mais de 210 milhões.

Já a também populosa Indonésia (com mais de 270 milhões de pessoas) passou recentemente a marca de 100 milhões de primeiras doses aplicadas.

O Japão, após um início lento de vacinação, também está próximo de 100 milhões doses iniciais, mas tem uma população consideravelmente menor (mais de 120 milhões), segundo dados do Our World in Data.

Os dados da vacinação contra a Covid-19, também coletados pelo consórcio, foram atualizados em 25 estados e no Distrito Federal.​

Os números brasileiros podem ser tido como animadores, principalmente ao se considerar a dificuldade inicial da vacinação e com afirmações constantes —que persistem até hoje— do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) colocando em dúvida, sem quaisquer motivos científicos, a eficácia e a segurança das vacinas.

No estado de São Paulo, por exemplo, pela primeira vez em um ano menos de 2.000 pessoas estão internadas em UTIs com Covid, considerando a média móvel de sete dias —o número desta quinta é de 1.982.

Considerando UTIs e leitos clínicos, o número de internados no estado ficou abaixo de 4.000 pela primeira vez em 557 dias, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Além disso, as internações em UTI no estado por conta da doença tem diminuído há quatro quatro meses.

Mesmo assim, o otimismo em relação à vacinação contra a Covid deve ser um pouco mais cauteloso, segundo Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin.

"Não existe um número mágico para a imunidade de rebanho", diz a especialista. De acordo com ela, estimativas anteriores de que, com mais de 70% ou 80% da população vacinada a imunidade coletiva poderia ser alcançada, não são mais realistas.

Isso porque o descontrole da pandemia em diversas partes do mundo acabou dando origem a variantes com potencial de transmissão expressivamente maior, o que distancia a realidade da imunidade de rebanho.

"Ao que tudo indica, o vírus está aqui para ficar. Como isso vai se desenrolar, vai variar muito de país para país", afirma Garrett, que aponta as incertezas em relação ao futuro da pandemia. Ela destaca também que a situação não é culpa das vacinas. "As vacinas são extraordinárias, excepcionais. São imunizantes que superaram toda e qualquer expectativa."

O perigo de ficar esperando por atingir um percentual no qual supostamente tudo ficaria mais "seguro" é começar a baixar a guarda, o que poderia levar a novas ondas da doença no Brasil. "É momento de flexibilizar? Sim. Mas tem que ser uma flexibilização cautelosa, segura. E já sabemos o que fazer. Não há nada novo", afirma Garrett.

O Brasil registrou 2.715.410 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quinta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 708.252 primeiras doses e 1.334.465 segundas. Também foram registradas 2.541 doses únicas e 670.152 doses de reforço.

Ao todo, 97.587.264 pessoas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 101.836.974 pessoas com esquema vacinal completo no país.​

Assim, o país já tem 70,63% da população com a 1ª dose e 47,74% dos brasileiros com esquema vacinal completo. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 92,95% e 62,83%.

Mesmo quem completou o esquema vacinal com as duas doses deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

Os dados brasileiros, coletados até às 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

Apesar dos números elevados de vacinação, o país também tem dados altos de mortes e casos por Covid. Com os 558 óbitos e as 14.813 infecções registradas nesta quinta-feira, o Brasil chegou a 602.201 vidas perdidas e a 21.611.552 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2, desde o início da pandemia.

Já as médias móveis agora são de 334 mortes por dia (queda de 35% em relação ao dado de duas semanas atrás) e de 11.335 casos diários (valor 32% menor do que o registrado há duas semanas).

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Bolsonaro, que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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