Efeitos colaterais graves de vacina contra Covid em crianças são raríssimos, diz CDC

Reações comuns são dor no local da injeção e cansaço; houve 11 relatos de miocardite entre 43 mil vacinados acompanhados

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Benjamin Mueller ​Andrew Jacobs
The New York Times

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) divulgou na quinta-feira (30) dois estudos que destacam a importância da vacinação de crianças contra o coronavírus.

Um estudo concluiu que problemas graves são extremamente raros entre crianças de 5 a 11 anos que receberam a vacina Pfizer-BioNTech. O outro, que analisou centenas de internações pediátricas em seis cidades dos Estados Unidos no último verão, revelou que quase todas as crianças que ficaram gravemente doentes não haviam sido totalmente vacinadas.

Brooke Knippenberg, de 6 anos, recebe a vacina da Pfizer-BioNTech em Lansdale, nos Estados Unidos
Brooke Knippenberg, de 6 anos, recebe a vacina da Pfizer-BioNTech em Lansdale, nos Estados Unidos - Hannah Beier - 5.dez.21/Reuters

Mais de 8 milhões de doses da vacina Pfizer foram administradas em crianças de 5 a 11 anos nos EUA até agora. Mas a preocupação com fatores desconhecidos de uma nova vacina fez com que alguns pais hesitassem em permitir a vacinação de seus filhos, incluindo alguns que preferem esperar pela imunização mais ampla, que poderá revelar qualquer problema raro.

Em 19 de dezembro, cerca de seis semanas após o início da campanha para vacinar crianças de 5 a 11 anos, o CDC disse ter recebido muito poucos relatos de problemas sérios. A agência avaliou relatórios recebidos de médicos e do público, assim como respostas a pesquisas com pais ou responsáveis por aproximadamente 43 mil crianças nessa faixa etária.

Muitas das crianças pesquisadas relataram dor no local da injeção, cansaço ou dor de cabeça, principalmente após a segunda dose. Aproximadamente 13% dos entrevistados relataram febre após a segunda injeção.

Mas os relatos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que foi associada em casos raros à vacinação contra o coronavírus, continuaram escassos. O CDC disse que havia 11 relatos verificados vindos de médicos, fabricantes de vacinas ou outros membros do público. Desses, sete crianças haviam se recuperado e quatro estavam se recuperando no momento do relatório, afirmou o CDC.

O CDC declarou que as taxas de notificação de miocardite relacionada à vacina pareciam mais altas entre meninos e homens com idades entre 12 e 29 anos.

Vários pais ou médicos também relataram casos de crianças de 5 a 11 anos que receberam a dose maior e incorreta da vacina, destinada a crianças mais velhas e adultos. O CDC disse que essas confusões "não eram inesperadas" e que a maioria dos relatos mencionou que as crianças não tiveram problemas depois.

O CDC detalhou duas notificações de mortes, de meninas de 5 e 6 anos, que, segundo a agência, tinham condições médicas crônicas e estavam com "saúde frágil" antes de serem vacinadas. "Na revisão inicial, não foram encontrados dados que sugerissem uma associação causal entre vacinação e morte", disse a agência.

O outro relatório do CDC sobre hospitalizações pediátricas forneceu evidências adicionais sobre a importância de vacinar todas as crianças elegíveis. O estudo, que analisou mais de 700 crianças menores de 18 anos que foram internadas em hospitais com Covid-19 no verão passado, descobriu que 0,4% dessas crianças foram totalmente vacinadas.

O estudo também descobriu que dois terços de todas as crianças hospitalizadas tinham uma comorbidade, na maioria das vezes obesidade, e que cerca de um terço das crianças de 5 anos ou mais estavam doentes com mais de uma infecção viral.

Em geral, quase um terço das crianças ficaram tão doentes que precisaram ser tratadas em unidades de terapia intensiva e quase 15% precisaram de ventilação médica. Entre todas as crianças hospitalizadas, 1,5% morreu, constatou o estudo. Os seis hospitais ficavam em Arkansas, Flórida, Illinois, Louisiana, Texas e Washington, DC.

"Este estudo demonstra que crianças não vacinadas hospitalizadas por Covid-19 podem sofrer doença grave, e reforça a importância da vacinação de todas as crianças elegíveis para fornecer proteção individual e proteger aquelas que ainda não são elegíveis à vacinação", escreveram os autores do estudo.

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