Descrição de chapéu Coronavírus

Sem vacina, governo de SP tem plano para imunizar crianças em 3 semanas

Doria disse que planejamento permitirá vacinar 250 mil pessoas de 5 a 11 anos por dia

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São Paulo

O governo João Doria (PSDB) anunciou, nesta quarta-feira (5), a existência de um plano de vacinação para todas as crianças de cinco a 11 anos em três semanas em São Paulo.

Segundo o governo, o plano prevê a vacinação de 250 mil crianças por dia. "O governo elaborou um plano para imunização com apenas uma dose a todas as 4,3 milhões crianças desta faixa etária de 5 a 11 anos em três semanas", disse João Doria.

Adolescente recebe vacina da Pfizer nos Estados Unidos
Adolescente recebe vacina da Pfizer nos Estados Unidos - REUTERS/Shannon Stapleton

O plano foi anunciado durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sobre medidas relacionadas ao combate ao coronavírus.

Doria ressaltou que é necessário o envio das vacinas ou que o governo federal autorize os estados a comprar a vacina da Pfizer. "Neste momento, a Pfizer, por contrato com o Ministério da Saúde, não pode vender a outros entes públicos", disse.

O governador também afirmou aguardar a decisão da Anvisa para uso emergencial da Coronavac. "O que permitiria o início imediato do uso de 12 milhões de doses para imunização de crianças", disse.

De acordo com o governo, além dos postos de vacinação, poderá haver a vacinação de crianças nas escolas públicas estaduais. Até o momento, 225 escolas foram cadastradas pelo governo.

"Termos a vacina infantil contra Covid aprovada há quase um mês pela Anvisa e não termos a vacina é entristecedor e até revoltante, como pai que sou de adolescente, certamente refletindo o sentimento de pais e mães de milhões de crianças no Brasil que gostariam já de ter seus filhos vacinados. Por ações protelatórias, o Ministério da Saúde ainda não disponibilizou a vacina para que crianças pudessem ser imunizadas mesmo diante da autorização da Anvisa", disse o governador.

De acordo com o Eduardo Ribeiro, secretário-executivo de Saúde, a estrutura do estado está pronta para a vacinação das crianças desde 16 de dezembro, quando o imunizante da Pfizer foi autorizada. "Contamos com 4,5 milhões seringas e agulhas para todos os 645 municípios, lembrando que esta é uma seringa e agulha específica para este público infantil", disse.

​As carteirinhas específicas para este público também foram produzidas.

Ribeiro afirmou que a rapidez é fundamental, uma vez que já foram registrados mais de 2.500 casos graves em crianças, das quais 93 morreram.

O Ministério da Saúde, que planejava recomendar prescrição médica para vacinação de adolescentes e crianças, realizou uma consulta pública sobre o tema. No entanto, a maioria das pessoas foram contra a ideia do aval médico. Cerca de 100 mil pessoas se manifestaram até o dia 2 de janeiro.

Após o resultado frustrar os planos do governo, a ideia da cobrança da prescrição médica foi abandonada.

Entidades que falaram sobre o assunto em audiência sobre o tema também foram contrárias à exigência de prescrição médica. Entre elas estão Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), CFM (Conselho Federal de Medicina) e SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a vacinação nas escolas permitirá também fazer a vacinação da população de 12 a 19 anos que ainda não se imunizou. "São mais de 600 mil adolescentes que não fizeram uso da segunda dose", disse.

Atualmente, a taxa de ocupação das UTIs no estado é de 27,75% e de enfermarias, 34,81%.

"Tivemos aumento de atendimento de síndromes respiratórias especialmente nos pronto-socorros", disse o secretário, citando Covid, influenza e o resfriado comum. "Esses quadros denotam claramente que as pessoas retiraram as máscaras especialmente nos ambientes de confraternização".

Por enquanto, porém, não há nenhuma orientação para a adoção de novas medidas restritivas no estado de São Paulo.

Sobre o Carnaval, Doria disse que não é o momento para aglomerações desta ordem. "A recomendação é evitar que isso aconteça, porém a decisão cabe àqueles que dirigem e comandam as prefeituras em São Paulo", disse.

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