Vacinação contra a poliomielite começa nesta segunda (8) no país

Meta do ministério é vacinar 95% das crianças de 1 a 5 anos e reduzir risco de retorno da doença, também conhecida como paralisia infantil

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São Paulo

Entre esta segunda (8) e o dia 9 de setembro, cerca de 40 mil postos de saúde aplicarão doses de 18 vacinas que compõem o calendário nacional de vacinação da criança e do adolescente. Dentre elas, está o imunizante contra a poliomielite, que apresenta novos casos em países que não registravam a enfermidade há anos. No Brasil, a cobertura vacinal contra a pólio teve queda nos últimos anos.

Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é vacinar no mínimo 95% das crianças de 1 a 5 anos contra a poliomielite. A pasta também espera diminuir o número de crianças e adolescentes menores de 15 anos que não estão vacinados.

A meta é elevar o índice de vacinação que o Brasil registra contra a pólio, também conhecida como paralisia infantil. Em 2021, a cobertura contra a doença foi só de 67%.

Nesta segunda (8), início da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite e de multivacinação, criança é vacinada em Corumbá (MS) - Clóvis Neto/Fotoarena/Agência O Globo

O Brasil não registra casos desde 1990. No entanto, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) aponta o país como de alto risco para a volta da doença.

Outros países que não tinham registro da doença há anos diagnosticaram novos casos recentemente. Um deles foi os Estados Unidos que, em 21 de julho, teve o primeiro caso da doença em pelo menos 30 anos.

Israel também teve novo diagnóstico da pólio. O caso foi de uma criança infectada pelo vírus vacinal, cepa que advém da vacina Sabin —a da "gotinha"— contra a poliomielite.

Casos da doença causados pelo vírus vacinal podem ocorrer porque ela é feita pelo patógeno atenuado, mas são muito raros. Dados da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) apontam que os casos de poliomielite associada à vacina são em média de 1 diagnóstico para cada 3,2 milhões de doses aplicadas.

O Maláui é outro país que teve novo caso da doença. O país africano registrou a infecção causada pelo vírus selvagem, aquele que circula na natureza. A poliomielite é considerada endêmica por esse tipo de patógeno em somente duas nações: Afeganistão e Paquistão.

Além da Sabin, existe a vacina Salk. Ela é injetável e não ocasiona casos da doença de vírus vacinal. Por isso, a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde 2016, recomenda que pelo menos uma das doses do esquema vacinal seja com esse imunizante.

No Brasil, são recomendadas três doses do tipo Salk e as outras duas aplicações de reforço da "gotinha", a Sabin.

Outras vacinas

A campanha de vacinação é composta por 18 imunizantes —além da pólio, são aplicadas as vacinas para febre amarela, HPV e a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba).

Além disso, a campanha nacional coincide com as aplicações de doses contra a Covid-19. Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas contra o coronavírus podem ser aplicadas de forma simultânea ou com qualquer intervalo com os outros imunizantes.

Atualmente, a imunização contra a Covid está autorizada para crianças a partir de três anos de idade.

ENTENDA A POLIOMIELITE

Quais os principais sintomas e sequelas da pólio? A sequela mais reconhecida é a paralisia de membros, mas a doença também pode causar dores nas articulações, osteoporose, atrofia muscular, dificuldade de falar, entre outras. De sintomas, são comuns dores no corpo, febre, diarreia, vômitos, rigidez na nuca e espasmos.

Quem pode se vacinar contra a poliomielite pelo SUS? O Ministério da Saúde recomenda a vacinação em crianças que tenham de dois meses a quatro anos de idade. Há casos em que é recomendada a vacinação para maiores de cinco anos, como uma viagem para um país que vive surto da doença e o esquema vacinal ainda não está completo.

Quantas doses compõem o esquema vacinal contra a pólio? No total, são cinco aplicações, sendo dois reforços:

  • Primeira dose: aos dois meses
  • Segunda dose: aos quatro meses
  • Terceira dose: aos seis meses
  • Primeiro reforço: aos 15 meses
  • Segundo reforço: aos quatro anos

As três primeiras doses são feitas com a vacina injetável (Salk) e as duas últimas com a versão em gotinhas (Sabin).

Além da vacinação, existem outras formas de evitar a doença? Para evitar a infecção, também é importante ter cuidados com higiene básica e ter um sistema eficiente de saneamento básico.

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