Bolsonaro volta a minimizar números de mortes de crianças por Covid

Presidente diz, sem apresentar provas, que crianças 'caíam de bicicleta' e davam entrada nos hospitais como casos da doença

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer acusações infundadas de que os dados de mortes de crianças por causa da Covid-19 foram inflados e acrescentou que hospitais alteravam os códigos de doença para receberem mais recursos do governo federal.

O mandatário disse foram "raros" os casos de crianças mortas em decorrência de infecção pelo novo coronavírus. Os dados oficiais, no entanto, desmentem o presidente da República.

Presidente Jair Bolsonaro participa de inauguração de um tempo da Igreja Mundial do Poder de Deus, em Belo Horizonte (MG), no feriado de 12 de outubro. A imagem o mostra em cima de um carro de som. Ele é um homem branco, que veste uma camisa amarela. Está de cabeça baixa. Atrás dele, aparece a mão de um pastor, que faz uma oração.
Presidente Jair Bolsonaro participa de evento com evangélicos no feriado de 12 de outubro, Dia das Crianças - Douglas Magno/AFP

"A minha filha não se vacinou, tem 11 anos de idade. Alguém, algum prefeito pediu para mim UTIs infantis para Covid? Não. As pessoas jovens são assintomáticas. Alguém viu alguma criança morrer de Covid? Se viu, é coisa rara", afirmou o presidente, durante transmissão ao vivo com mulheres de Minas Gerais que o apoiam.

"O que aconteceu em alguns casos é que chegava criança no hospital com traumatismo craniano porque caiu da bicicleta. E alguns hospitais botavam maldosamente 'Covid', porque eu pagava R$ 2.000 a diária [para leitos de UTI para Covid-19], e UTI outra era R$ 1.000. Vai que a criança morria, aí botava lá Covid [como causa da morte]", completou o presidente.

Bolsonaro também defendeu durante a transmissão os medicamentos do chamado kit Covid, comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. Buscou ainda reforçar sua tese argumentando que detentos não morreram durante a pandemia, pois tomavam remédio para "chato".

As participantes da transmissão eram todas apoiadoras declaradas e, por isso, Jair Bolsonaro teve espaço para defender suas teses, sem ser questionado. Disse que não atrasou a compra de vacinas, quando documentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid apontaram que o governo federal ignorou emails da Pfizer para tratar dos imunizantes.

Bolsonaro também defendeu o ex-ministro e deputado eleito Eduardo Pazuello por sua atuação quando houve o colapso do sistema de saúde de Manaus, com pacientes que morreram asfixiados. Assim como vem fazendo, ressaltou que o transporte de oxigênio pela Força Aérea brasileira foi um ato de heroísmo.

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