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O que se sabe sobre a nova vacina contra a dengue

Imunizante de empresa japonesa é o primeiro aprovado no Brasil para o público amplo e pode ser aplicado a partir dos quatro anos de idade

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DW

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta quinta-feira (2) uma nova vacina contra a dengue —a primeira aprovada no país para um público mais amplo.

Diferentemente do imunizante aprovado anteriormente, que só era recomendado para quem já teve a doença, essa pode ser aplicada também em quem nunca teve contato com o vírus da enfermidade.

Confira o que se sabe sobre a nova vacina da dengue, Qdenga, da empresa japonesa Takeda Pharma:

O mosquito Aedes Aegypti, o transmissor da dengue, suga sangue na pele de uma pessoa
O mosquito Aedes Aegypti é o transmissor da dengue; a vacina da Takeda Pharma apresentou uma eficácia geral de 80,2% contra a doença após 12 meses da aplicação da segunda dose - Shinji Kasai - 14.jul.18/AFP

Com funciona a Qdenga

A vacina da Takeda Pharma é composta de versões atenuadas dos quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue. Nos testes, ela apresentou uma eficácia geral de 80,2% contra a doença após 12 meses da aplicação da segunda dose. Os estudos também indicaram que a Qdenga reduziu as hospitalizações em 90%.

"A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue, com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina", destacou a Anvisa.

Após a aplicação da vacina, o sistema imunológico identifica os sorotipos atenuados como estranhos e começa a produção de anticorpos contra eles. Quando o vacinado é posteriormente exposto ao vírus, o sistema imunológico o reconhece e pode rapidamente produzir mais anticorpos, que neutralizam o agente infeccioso antes que ele possa causar a dengue.

Recomendação e aplicação

A nova vacina é indicada para a faixa etária de 4 a 60 anos, para quem nunca teve ou já teve dengue. Ela é aplicada num esquema de duas doses, com um intervalo de três meses entre as aplicações.

A vacina não é recomendada para grávidas e mulheres que estejam amamentando, e também pessoas que possuem doenças com o sistema imunológico enfraquecido devido a doenças ou medicamentos.

Com a aprovação no Brasil, ela pode ser comercializada na rede privada e no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde precisa ainda decidir se irá incorporá-la no sistema público.

Em 2022, a Qdenga foi aprovada pela agência sanitária europeia, EMA.

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais associados à nova vacina são dor e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça e muscular, além de mal-estar geral e fraqueza. Alguns vacinados também tiveram febre.

A EMA, no entanto, ressalta que os efeitos colaterais são de gravidade leve a moderada e desaparecem em poucos dias. Eles costumam ocorrer com maior frequência depois da aplicação da primeira dose.

Dengue no Brasil

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue causou 1.016 mortes no Brasil em 2022. Mais 1,4 milhão de casos prováveis foram registrados no país no ano passado —um aumento de 162% no número das infecções em comparação com 2021.

O vírus da dengue possui quatro sorotipos diferentes. Os principais sintomas da doença são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A forma grave da doença, a dengue hemorrágica, inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, letargia e sangramento de mucosa.

A dengue hemorrágica é mais comum durante uma segunda infecção.

O melhor método para prevenção da dengue é reduzir a infestação de mosquitos, não deixando água parada e acumulada, que costuma ser usada pelo Aedes como criadouro.

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