Descrição de chapéu Projeto Saúde Pública

São Paulo libera vacina bivalente contra Covid para maiores de 50 anos nesta quarta (26)

Outras capitais, como Rio e Salvador, já ampliaram a imunização para maiores de 18 anos após decisão do Ministério da Saúde

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São Paulo

A Prefeitura de São Paulo anunciou que vai liberar a vacina bivalente contra Covid, a partir de quarta-feira (26), para o público com 50 anos ou mais. A decisão ocorre após o Ministério da Saúde ampliar a imunização para toda a população acima de 18 anos. Em algumas capitais, como o Rio de Janeiro, a vacinação foi ampliada para essa faixa etária.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) afirma que recebeu 161 mil doses adicionais para ampliar a imunização. "Nossa rede está estruturada para vacinar toda a população com a dose da Pfizer bivalente, temos 470 UBSs preparadas para realizar a imunização. Como são mais de 9 milhões de pessoas acima de 18 anos na capital, vamos ampliar a vacinação conforme o recebimento de novos lotes", disse o secretário da Saúde paulistano, Luiz Carlos Zamarco.

O Governo de São Paulo anunciou que começará, nesta também nesta quarta-feira, a distribuir 600 mil doses da vacina bivalente contra a Covid-19 para os 645 municípios do estado. A quantidade é insuficiente para atender o público-alvo de 23 milhões de pessoas em todo o estado.

Idoso recebe vacina bivalente contra a Covid-19, em posto de saúde na Bela Vista, centro de São Paulo; imunização agora é aberta para todos acima de 18 anos - Rubens Cavallari - 27.fev.23/Folhapress

Diante do anúncio, a Secretaria de Estado de Saúde diz ter solicitado mais imunizantes para o governo federal. Essas 600 mil doses, segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), pertencem ao estoque do governo do estado.

"A pasta já solicitou novas doses ao MS [ministério] e aguarda, com celeridade, o envio dos demais imunizantes pelo governo federal", diz a nota da secretaria.

Diante da falta de vacinas, a campanha deverá começar de forma escalonada. As pessoas de faixas etárias mais altas terão prioridade.

"O que temos hoje em estoque, mais a quantidade já distribuída aos municípios anteriormente, é o suficiente para iniciarmos a imunização deste público, porém, é necessário que, o quanto antes, possamos receber uma nova remessa do ministério para abastecer os municípios e seguirmos com a imunização para toda população", disse Tatiana Lang D'Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado de São Paulo.

Cerca de 97 milhões de brasileiros podem procurar as unidades de saúde. Cada estado deve definir como será o esquema de imunização.

Pode tomar a bivalente quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer), respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, mais de 3,3 milhões de doses foram aplicadas em todo o estado, uma cobertura de apenas 23% da população elegível.

Enquanto isso, capitais como Rio de Janeiro, Recife e Salvador iniciaram a aplicação da dose de reforço bivalente contra a Covid-19 para toda população acima de 18 anos, após a liberação do Ministério da Saúde.

O Rio começou a nova fase da imunização já na manhã desta terça-feira (25). De acordo com a secretaria municipal de Saúde, a expectativa é aplicar 500 mil doses da bivalente nesta semana.

Essa nova fase da campanha de imunização está sendo divulgada pelos canais oficiais da prefeitura. Para poder se vacinar, é necessário apenas ir a um dos postos de saúde da cidade e apresentar documento de identificação.

A vacinação com o imunizante está sendo feita no município desde o fim de fevereiro e era destinada a grupos prioritários, como idosos com 60 anos ou mais, gentes e puérperas, profissionais da área da saúde e pessoas a partir de 12 anos com comorbidades ou com deficiência permanente.

Até o momento, 693 mil pessoas já receberam a dose de reforço da vacina bivalente. Para a população acima de 60 anos, no entanto, o percentual de vacinados é de apenas 43%. A secretaria não divulgou qual é o índice para os demais grupos prioritários.

Em Salvador, a prefeitura iniciou às 12h desta terça-feira a aplicação da vacina bivalente em pessoas com 18 anos ou mais.

Para receber a vacina, é preciso ser morador da capital baiana e ter tomado duas doses anteriores da vacina contra a Covid-19 há pelo menos quatro meses.

A imunização com a vacina bivalente, iniciada em fevereiro, prioriza idosos e comunidades quilombolas.

Desde o início deste mês, o público-alvo havia sido ampliado e passou a incluir profissionais de saúde, gestantes, puérperas e pessoas com comorbidades acima de 12 anos.

No Recife, a aplicação da vacina bivalente começou no dia 24 de fevereiro para públicos prioritários. A partir desta terça, a cidade iniciou a aplicação para pessoas com mais de 18 anos.

O novo público-alvo tem 519.482 pessoas. Para quem for se vacinar em shoppings, é necessário o agendamento via internet. Nos casos de imunização em postos de saúde, não há necessidade de agendar.

Em Porto Alegre, começam a receber a bivalente pessoas acima dos 55 anos nesta quarta-feira. Ainda não há previsão para a aplicação para o público geral —na segunda, a prefeitura começou a divulgar a imunização de com comorbidades a partir de 12 anos.

Já em Belo Horizonte, a prefeitura informa que começa a aplicar a vacina bivalente nas pessoas de 18 anos ou mais na próxima terça-feira (2).

"Cabe ressaltar que as vacinas são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, que as encaminham para os estados que, por sua vez, repassam as doses aos municípios", diz a prefeitura, em nota.

Em Curitiba, a aplicação da bivalente para os moradores de 50 a 59 anos também começa nesta quarta-feira. "A convocação de novos públicos vai depender do recebimento de novas doses dos imunizantes, distribuídas pelo Ministério da Saúde", diz a secretaria municipal da Saúde.


Saiba mais sobre a vacina bivalente contra a Covid

O QUE É A VACINA BIVALENTE?

As vacinas bivalentes são versões atualizadas dos imunizantes contra Covid contendo a cepa original de Wuhan combinada com a variante ômicron, atualmente a predominante em todo o mundo.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de duas formulações bivalentes da Pfizer (contendo as subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5 da ômicron). A agência autorizou o uso dos imunizantes como reforços para pessoas com 12 anos ou mais.

QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS?

De modo geral, as vacinas atualizadas contra a ômicron mantêm o mesmo padrão de segurança que as formas monovalentes já autorizadas e utilizadas em bilhões de pessoas em todo o mundo.

Em geral, os efeitos mais comuns que foram reportados são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.

Tais efeitos também já foram reportados com os reforços das vacinas monovalentes e são considerados leves, com desaparecimento dos sintomas em até 24 horas.

A orientação dos profissionais de saúde nos postos de vacinação é para monitorar a intensidade dos efeitos e, se necessário, a utilização de medicamentos analgésicos comuns para tratamento.

Outros efeitos colaterais menos comuns e considerados moderados a severos podem incluir miocardite (inflamação do miocárdio), pericardite (inflamação do pericárdio), dores no peito, falta de ar e arritmia.

EXISTE ALGUMA CONTRAINDICAÇÃO DOS REFORÇOS BIVALENTES?

Nos estudos científicos, não houve nenhum efeito colateral das vacinas bivalentes diferente daqueles observados nas vacinas monovalentes, com incidência em geral de efeitos leves, como dor no local da aplicação, febre e dores musculares.

Também não há contraindicação de receber a vacina da Covid em conjunto com outras vacinas, como a da gripe. A atualização da vacinação com os reforços pode ser feita após quatro meses desde a última vacina aplicada.

Colaboraram Camila Zarur, João Pedro Pitombo, José Matheus Santos, Leonardo Augusto, Caue Fonseca e Catarina Scortecci

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