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Aspartame, açúcar, sucralose... Existe opção saudável para adoçar?

Edição da newsletter Cuide-se mostra o que ciência diz sobre efeitos dos adoçantes

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São Paulo

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Pesquisas científicas comprovaram os efeitos provocados pelos adoçantes (açúcar, aspartame, sacarina, entre outros) na saúde de quem busca um pouco de doçura nas bebidas e alimentos.

Explico abaixo quais são esses danos, se existem opções com menos contraindicações e quais as alternativas mais saudáveis para adoçar.

O consumo diário recomendado de açúcar para um adulto pela OMS é de 50 g, ou dez colheres de chá - Adobe Stock

Açúcar

Primeiro, vamos entender qual a importância desse ingrediente na culinária. Além, claro de adoçar, o açúcar muitas vezes é adicionado como um conservante aos alimentos. É o caso dos picles. Outras vezes, acaba sendo usado para retirar a acidez de um prato, como em molhos, ou dar estabilidade para uma receita –pode apostar, um suspiro zero açúcar nunca vai montar.

Ele faz mal? Sim, o consumo de açúcar pode trazer problemas de saúde, principalmente em crianças, levando ao sobrepeso, diabetes infantil e até cáries. Ele também tem um alto potencial viciante, considerado como prejudicial por médicos.

Quando isso é um problema? O consumo diário recomendado de açúcar para um adulto pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 50 g, ou dez colheres de chá. Uma lata de 350 ml de refrigerante Coca-Cola (normal) possui 37 g de açúcar.

Adoçantes químicos

Durante décadas, a cultura da magreza e a busca por um ideal de beleza bombardearam as pessoas com a ideia de que o melhor era consumir adoçantes químicos.

Propagandas de televisão, jornais e revistas, além de uma mudança significativa das fórmulas iniciais –com gosto de "remédio"-- para uma versão com um sabor mais agradável ao paladar fizeram parte de uma estratégia para aumentar o consumo de produtos diet, com adoçantes químicos, como o aspartame e a sacarina.

Eles fazem mal? Sim, diversos estudos avaliaram os danos causados pelo seu consumo. Um destes efeitos é o maior risco de danos cardíacos, de acordo com um estudo divulgado em fevereiro.

Causam câncer? Na última quinta, três agências ligadas à OMS avaliaram as evidências de quase quatro décadas e consideraram o aspartame possivelmente cancerígeno. Houve reações no Brasil após a divulgação do estudo.

O anúncio da OMS, que havia vazado semanas antes, veio cheio de polêmicas.

Explico: o relatório apresentado pela Iarc, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ligada à agência, classificou o escopo de evidência como "limitado". É que estudos como esse, globais, têm múltiplos fatores que podem influenciar os resultados e são difíceis de conduzir.

É preciso levar em consideração também que para chegar ao limite para classificar o aspartame como possivelmente cancerígeno (40 mg/kg) seria necessário consumir altas doses da substância – o equivale a cerca de 9 a 14 latas de refrigerante zero, em um único dia, por uma pessoa que pesa em média 70 kg, considerando que essa será a única fonte de aspartame.

Sim, mas… Mesmo que as evidências apontadas pelo Iarc ainda sejam limitadas, outros estudos encontraram evidências em animais em laboratório dos efeitos dos agentes em órgãos com potencial cancerígeno.

Doce sem culpa

Respondendo à pergunta que fiz lá no início do texto: sim, existem alternativas mais saudáveis para adoçar. É sempre importante consultar um médico para saber quais são as suas restrições.

  • Mel e açúcar de coco: muitos nutricionistas recomendam como alternativa para substituir adoçantes químicos, no caso de pessoas que buscam uma alimentação mais saudável.
  • Frutas: uvas passas, figos, banana madura ou maçã podem ser opções naturais para adoçar.

As opções, porém, não são solução para quem tem restrição de açúcar na dieta. Esses devem buscar outras alternativas como derivados de plantas, como Sucralose, xilitol e estévia, adoçantes sem danos comprovados à saúde.

Lembre-se: uma dieta equilibrada, que evita o consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e pobres em fibras e nutrientes, é fundamental para garantir uma vida mais saudável.


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar

  • Meditação e cursos de língua melhoram a capacidade cognitiva. Uma pesquisa avaliou 135 idosos de 65 anos ou mais e viu que aprender uma nova língua, meditar e praticar exercício podem melhorar em até 27% a capacidade cognitiva, a memória e a função motora, prevenindo assim fatores de risco para demência. O estudo foi feito por cientistas da Universidade College de Londres e publicado no último dia 13 na Jama Network Open.
  • A resposta para a dor neuropática. Uma pesquisa da Universidade de Oxford revelou que a cura para dor neuropática, principal tipo de dor incapacitante e que atinge cerca de 10% da população, pode estar no sistema imunológico. As células chamadas matadoras naturais, responsáveis por identificar e atacar células infectadas, podem combater células dos nervos danificadas que geram dor. O achado é uma alternativa para o uso de opioides.
  • Epidemia de Chagas na Espanha. O Chagas atinge cerca de 47% dos latinos que vivem na Espanha, e 17% já têm algum dano ao coração. A doença, que é endêmica de 21 países da América Latina e Caribe, é transmitida pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que infecta as células via hospedeiro (barbeiro), transfusão sanguínea ou outras vias (como alimentos contaminados). A pesquisa do Instituto Global de Saúde (ISGlobal) de Barcelona avaliou a saúde de 3.000 bolivianos vivendo no continente europeu de 2002 a 2019 e foi divulgada na quinta (13) na revista Plos Neglected Tropical Diseases.
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