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Vírus respiratório supera Covid em mortes de crianças com até dois anos de idade, aponta Fiocruz

Boletim da Fiocruz mostra que a incidência do vírus tem registrado alta nas últimas seis semanas

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São Paulo

O boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (25), mostra aumento de Srag (síndrome respiratória aguda grave) causada pelo VSR (vírus sincicial respiratório), que afeta especialmente crianças. Segundo os dados do boletim, os casos de Srag por VSR em crianças já superam aqueles causados por Covid-19 e representam 57,8% do total de casos recentes da síndrome.

O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares. Este vírus é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias nos pequenos, segundo especialistas.

Bebê é cuidado em uma incubadora de UTI neonatal
A infecção pelo vírus sincicial respiratório pode causar bronquiolite em crianças de até dois anos - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A crescente circulação do VSR gera aumento da incidência e da mortalidade por infecções respiratórias causadas por esse vírus em crianças de até dois anos. A incidência de novas internações por VSR supera a incidência de Srag associada ao Covid nessa faixa etária nas últimas oito semanas epidemiológicas.

Em 1º de abril deste ano, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira vacina para gestantes contra o VSR. Desenvolvido pela Pfizer, o imunizante Abrysvo oferece proteção de 82% a bebês de até três meses de idade contra infecções graves.

Mulheres grávidas devem receber uma única dose entre a 24ª e 36ª semana de gestação, como forma de oferecer resposta imune contra infecções respiratórias causadas por VSR nos bebês até 6 meses de idade. Os anticorpos produzidos pelas mães chegam até o bebê por meio da placenta.

No cenário nacional, há sinal de crescimento de síndrome respiratória na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilização na de curto prazo (últimas três semanas). Em relação à Srag causada por Covid, no cenário nacional, o vírus permanece em queda, com alguns estados mantendo estabilidade em patamares baixos. A Srag por Covid causa mortalidade, principalmente, da população idosa, que também é a faixa etária que mais se destaca em relação a mortes pela síndrome.

A incidência de casos de Srag por Covid também afeta crianças e, a cada quatro dias, a Covid ainda mata três crianças, em média, no Brasil. Segundo o boletim Observa-Infância, as baixas taxas de cobertura vacinal estão associadas à persistência da mortalidade nessa faixa etária. A vacina contra o vírus faz parte do Calendário Nacional de Vacinação de 2024 e é indicada para crianças de seis meses e para menores de cinco anos.

Em 2024, foram notificados 38.670 casos de Srag, 17.562 (45,4%) eram positivos, 14.563 (37,7%) negativos e 4.308 (11,1%) aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas, os vírus que mais prevaleceram entre os casos positivos foram: VSR (57,8%), Influenza A (23%), Covid-19 (10,7%), e Influenza B (0,4%). Entre os casos de morte com resultado positivo para algum vírus respiratórios, tem-se influenza A (32%), influenza B (0,3%), VSR (10,8%), e Covid-19 (53,9%).

Entre a totalidade de óbitos, o crescimento da influenza A já faz com que o percentual associado a esse vírus comece a se aproximar do observado para a Covid-19 nas últimas quatro semanas. Nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, desde 25 de março, acontece a campanha de vacinação contra a gripe. A estimativa do Ministério da Saúde é de que 75 milhões de pessoas sejam imunizadas.

Ainda de acordo com a nota, 23 unidades federativas apresentam crescimento de Srag no longo prazo, são elas: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

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