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Áustria faz alerta após Ozempic falso causar internações e efeitos colaterais graves

Brasil também registra casos de falsificação do medicamento

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Bethany Bell
BBC News Brasil

Vários austríacos precisaram de atendimento hospitalar depois de usarem o que acreditavam ser um medicamento para perder peso —o Ozempic.

O Escritório Federal de Segurança em Cuidados de Saúde da Áustria, o Basg, disse ter detectado "efeitos colaterais graves", incluindo níveis baixos de glicose (açúcar no sangue) e convulsões.

Segundo o Basg, isso indica que os medicamentos falsos "continham insulina" em vez do ingrediente ativo do Ozempic —a semaglutida.

Caixa e aplicador de falso Ozempic encontrado na Áustria - Serviço de Inteligência Criminal da Áustria via BBC

Esse remédio, produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, se tornou popular como um tratamento para perda de peso.

O Serviço Austríaco de Inteligência Criminal afirmou que as pessoas afetadas receberam as seringas de um médico que trabalha na própria Áustria.

O órgão ainda alertou que estoques do medicamento falso ainda podem estar em circulação.

O material das canetas injetáveis falsificadas tinha um azul mais escuro do que os produtos genuínos, acrescentou o serviço de inteligência.

O Basg orientou médicos e pacientes a verificarem a procedência do produto antes de comprá-lo e utilizá-lo.

"Ozempic tem sido cada vez mais utilizado contra a perda de peso, para a qual o medicamento não está aprovado", diz o órgão em nota.

Em bula, o Ozempic é um tratamento contra o diabetes tipo 2. Há uma versão da semaglutida específica para o tratamento da obesidade —o Wegovy, que está aprovado em alguns países (inclusive no Brasil).

Tanto a polícia austríaca quanto o Ministério da Saúde do país alertaram o público contra o uso das chamadas injeções para perda de peso que são vendidas por "fontes duvidosas".

A Agência Europeia de Medicamentos, a EMA, alertou recentemente que o aumento da procura por Ozempic levou a "uma situação de escassez" do remédio entre pacientes com diabetes.

Na semana passada, a EMA e a MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde) do Reino Unido alertaram que canetas injetáveis de Ozempic falsificadas, distribuídas por fornecedores na Áustria e na Alemanha, foram identificadas por redes atacadistas e drogarias.

Autoridades pedem que pacientes verifiquem a procedência do medicamento antes de utilizá-lo - Getty Images via BBC

A MHRA detalhou: "Todas as canetas falsificadas foram recolhidas e contabilizadas, e nenhuma delas chegou aos pacientes do Reino Unido."

A agência disse que trabalhou em estreita colaboração com parceiros internacionais "para continuar a manter a segurança da cadeia de abastecimento mais ampla, tanto no país como no exterior".

No Brasil também já foram registrados casos de falsificação de Ozempic. A farmacêutica Novo Nordisk alertou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre episódios do tipo em junho e outubro.

Os lotes falsos foram apreendidos pela agência regulatória antes de chegarem ao consumidor.

Este texto foi originalmente publicado aqui.

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