Descrição de chapéu Coronavírus

Internações por Covid caem em hospitais públicos e privados de SP

Maior parte das mortes pela doença está restrita a cardiopatas, diabéticos e obesos

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São Paulo

Dados levantados pela plataforma SP Covid-19 InfoTracker, criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista), mostram uma redução de 22% no total de hospitalizados por Covid-19 no estado de São Paulo. As informações levam em conta enfermarias e UTIs (unidades de tratamento intensivo) públicas e privadas.

Em 4 de novembro, 1.239 pacientes estavam internados por Covid no estado. No dia 18 de novembro, o número caiu para 971.

Aplicação da vacina bivalente na UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, em São Paulo
Aplicação da vacina bivalente na UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, em São Paulo - Rubens Cavallari - 27.fev.2023/folhapress

No mesmo período, a média móvel de novas internações registrou queda de 14% —baixou de 173 para 149. O indicador permite uma análise mais precisa do estágio da pandemia, monitorando avanço, queda ou estabilização.

Segundo Wallace Casaca, coordenador da plataforma, a queda ocorre após avanço da doença nos últimos dois meses.

"Felizmente, as infecções por Covid começaram a retrair de forma sustentável, tendo a curva de internações iniciado seu processo de descida no início de novembro. Embora o momento seja de arrefecimento da doença, é importante seguir os cuidados básicos, como evitar o contato por longos períodos com pessoas com sintomas gripais, com atenção especial para as festas de final de ano, onde a transmissão do vírus costuma ser amplificada", afirma.

Para Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, a queda se deve à menor circulação viral, ao aparecimento de imunidade natural e à força da imunidade induzida pela vacina, o que reflete nas estatísticas.

"Não temos feito testes suficientes e eu insisto nisso. Os casos continuam acontecendo e não estamos vendo. É muito frequente encontrarmos pessoas com sintomas respiratórios, mandar testar e vir positivo. Então, eu acho que pode ter melhorado na população mais vulnerável, ter menos internação, mas é importante enfatizar que ainda estão ocorrendo infecções", afirma Araújo.

"Para cada caso que a gente registra tem uma quantidade de não registrados, então a impressão que a gente tem é que acontece muita subnotificação mesmo", completa.

De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, até 18 de novembro, o estado de São Paulo totalizou 6.735.665 confirmações de Covid e 181.853 mortes.

No dia 22, foram registrados 6.737.680 ocorrências da doença e 181.853 óbitos. Em quatro dias, houve 2.015 casos no estado, mas nenhum óbito. Dos mortos, 57,9% eram cardiopatas, 41,1% diabéticos e 13,1% obesos.

Testes negativos devem ser repetidos em 48h

Segundo Araújo, os testes de Covid estão demorando mais tempo para dar positivo. Para deixar o isolamento também é necessário testar.

"Como temos imunidade hoje, o vírus não consegue se expressar e elevar a carga viral de uma maneira tão mais fácil quanto fazia antes. O caminho é um pouco mais tortuoso. Então, a replicação do vírus é mais difícil. Se ele conseguia replicar em 24, 48 horas, a ponto de já termos uma quantidade detectável, hoje há trabalhos na literatura mostrando que isso pode ter chegado a 3, 4 dias, por exemplo", explica.

"É importante ter consciência. Se tiver uma confraternização, onde encontrará muita gente num ambiente fechado, aglomerado, e você está com um sintoma qualquer que possa ser Covid, não vá. Se tiver que ir, use máscara e faça um teste", finaliza.

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