Inca sofre ataque hacker e paralisa atendimentos de radioterapia

Instituto estima que o número de pacientes afetados varia de 150 a 200; Polícia Federal investiga o caso

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Rio de Janeiro

A Polícia Federal investiga um ataque hacker contra o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no último sábado (27). O atentado virtual afetou, principalmente, os serviços de radioterapia. Até o momento, o sistema do Hospital do Câncer 3, em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, está fora do ar. A unidade é especializada em câncer de mama.

A invasão aos sistemas do instituto foi detectada no sábado de manhã, no setor de hemoterapia, que faz a coleta e triagem de sangue. Funcionários tentaram incluir novas informações no sistema, mas tiveram o acesso negado.

A partir disso, equipes de tecnologia da informação e de segurança foram acionadas.

Fachada do INCA, no Rio de Janeiro
Após ataque hacker, INCA paralisa radioterapia, mas diz que banco de dados não foi apagado - Reprodução/Google Street View

O setor de radioterapia do Hospital do Câncer 1, no Centro do Rio, também foi paralisado. O serviço foi retomado apenas na tarde desta terça-feira (30). A unidade é onde há a maior demanda pelo tratamento, que consiste no uso de radiações ionizantes, como o raio-X, para destruir um tumor ou impedir que suas células cancerígenas avancem pelo corpo.

Ao todo, o Inca estima que entre 150 a 200 pacientes tenham sido afetados pelo ataque. Como ainda não houve o estabelecimento total dos sistemas, todas as consultas médicas estão sendo feitas sem acesso à nuvem.

"As consultas, exames, tratamentos de quimioterapia e cirurgias agendadas estão acontecendo normalmente", disse o instituto, em nota. "As marcações de consultas subsequentes serão normalizadas em breve, após o restabelecimento dos sistemas".

O instituto informou que recebeu o reforço de especialistas de tecnologia do Into (Instituto Nacional de Traumato Ortopedia) e do INC (Instituto Nacional de Cardiologia), além das empresas que já prestam serviço às unidades afetadas.

O Inca também afirmou que os dados armazenados no sistema não foram danificados e disse que os hackers não tiveram acesso a eles. O instituto disse ainda que "reforça o compromisso de revisão dos sistemas para assegurar o atendimento dos pacientes com qualidade".

O instituto é ligado ao Ministério da Saúde e pontuou não ter informações sobre o que poderia ter motivado o ataque hacker nem se os suspeitos do atentado já foram identificados.

A Polícia Federal disse que não comenta investigações em andamento.

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