Vacina da dengue será priorizada em locais com alta transmissão; veja quais cidades receberão as doses

Mais de 500 cidades receberão imunizante com foco em crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos

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Brasília

A vacina contra a dengue será disponibilizada em 37 regiões de saúde pelo Ministério da Saúde, priorizando aquelas com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus. Essa iniciativa abrangerá mais de 500 municípios.

Regiões de saúde são conjuntos de cidades próximas que partilham características semelhantes. É uma medida usada para melhor organizar o planejamento e a execução de ações e serviços na área.

O público-alvo da campanha de vacinação serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos pois correspondem à faixa etária com maior número de hospitalizações. A previsão do governo é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas em 2024.

Vacina Qdenga, do laboratório Takeda, protege contra a dengue
Vacina Qdenga, do laboratório Takeda, protege contra a dengue - Divulgação/Takeda

O Ministério da Saúde informou que chegaram ao Brasil, no sábado (20), as primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue, que serão oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A previsão é começar a imunização em fevereiro.

A chegada do primeiro lote acontece em meio a uma escalada no número de casos da doença no início de 2024.

O primeiro lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina que foram fornecidas sem custos ao governo brasileiro pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde informou que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante —chamado Qdenga— disponíveis pelo fabricante para este ano. Elas serão entregues por etapas até o mês de novembro.

Oito estados e o Distrito Federal iniciaram 2024 com expressivos aumentos nos casos de dengue, de 100% ou mais em comparação ao mesmo período do ano passado.

Os números são mais alarmantes no Sul do país, onde foram contabilizados 10.961 diagnósticos nas duas primeiras semanas do ano, somando os registros no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O salto é de 958% em relação ao mesmo período de 2023, quando 1.036 pessoas na região foram infectadas.

O Brasil fechou o ano de 2023 com um recorde de mortes por dengue, com 1.094 óbitos. Os dados foram extraídos do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

O recorde anterior ocorreu em 2022, com 1.053 óbitos. O terceiro ano com mais mortes foi 2015, com 986 vítimas.

Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue ao SUS.

Desde que o registro da vacina Qdenga foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março de 2023, publicações nas redes sociais passaram a questionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da demora na incorporação do imunizante ao SUS.

Atualmente, só é possível se vacinar na rede privada, onde o imunizante é ofertado por preços que variam de R$ 300 a R$ 800 a dose.

Pode receber o imunizante quem já teve dengue e também quem nunca foi infectado. No entanto, gestantes, lactantes e pessoas com alergia a algum dos componentes presentes na vacina não podem ser imunizadas com a Qdenga. A restrição também vale para pessoas com o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do publicado na primeira versão do texto, as regiões de saúde da Baixada Santista (SP), Grande Florianópolis (SC), Uberaba (MG), Vespasiano (MG), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE) não foram incluídas entre as que receberão doses de vacina contra a dengue pelo SUS. A lista à qual a Folha havia tido acesso contava com 39 regiões. O documento foi atualizado e o divulgado pelo Ministério da Saúde tem 37. Em relação à versão anterior, 23 regiões não foram incluídas na lista final.

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