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O cenário da dengue para 2024 no país

Edição da newsletter Cuide-se fala sobre o crescimento da doença no próximo ano

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São Paulo

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O verão ainda não chegou, mas os termômetros nunca estiveram tão altos. Nesse cenário, há um alerta para as doenças transmitidas por insetos, como a dengue, que deve crescer em 2024. Nesta edição, falo sobre a doença e como preveni-la.

O mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir dengue, chikungunya e zika vírus. - Getty Images

O aumento da dengue

Durante os dois primeiros anos da pandemia da Covid, comemorou-se em todo o mundo a diminuição nos novos diagnósticos de dengue, mas esse cenário de aparente tranquilidade era efeito do deslocamento dos profissionais de saúde responsáveis pela notificação para o combate à Covid.

Agora, os casos voltam a crescer e preocupam especialistas e agentes de saúde. Só neste ano (até 2 de dezembro), o país teve 1,6 milhão de casos, 15,8% a mais do que o mesmo período do ano passado, com aumento também de mortes no período —de 999 para 1.053. A cidade de São Paulo também registrou um aumento de 9% nas mortes em 2023.

O que é a dengue

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti infectado. Ela é considerada uma arbovirose, conjunto de doenças tropicais com transmissão por insetos. Também é classificada como negligenciada por atingir, sobretudo, pessoas em situação de vulnerabilidade com escassos recursos financeiros, acesso limitado aos serviços de saúde e vivendo em áreas remotas.

Existem quatro sorotipos da dengue. Quando uma pessoa é infectada, adquire imunidade àquele subtipo, mas continua suscetível aos demais.

No Brasil, o cenário epidemiológico da dengue para 2024 é de aumento. Também foram registrados, pela primeira vez após 15 anos, casos ligados ao sorotipo 3, que não estiveram associados a surtos ou epidemias na última década.

Especialistas já alertavam para a possibilidade de uma epidemia deste sorotipo, uma vez que uma pessoa que teve dengue causada por outro sorotipo pode ter uma reinfecção com os demais –correndo o risco de desenvolver um quadro mais grave.

Ter uma nova infecção por outro sorotipo aumenta o risco de ter um quadro grave, com possibilidade de hospitalização e morte.

Como identificar os sintomas da dengue

Os sintomas da dengue podem se confundir com o de outras doenças de mesma transmissão, como zika e chikungunya. O problema é que os sintomas aparecem do nada –e, da mesma forma, podem desaparecer, porque vêm em duas fases.

Eles incluem:

  • Febre alta (acima de 38,5°C)

  • Dores no corpo

  • Dor de cabeça

  • Dor atrás dos olhos

  • Mal-estar

  • Falta de apetite

  • Manchas vermelhas no corpo

O diagnóstico, porém, só é dado com exame laboratorial. Por essa razão, é bom procurar atendimento médico se tiver sintomas similares aos de dengue que não vão embora após três dias.

Evitar criadouro do mosquito é melhor prevenção

Para prevenir a dengue, o melhor, é claro, é evitar a proliferação do mosquito Aedes, o que inclui:

  • evitar o acúmulo de água parada em casa;

  • tapar baldes e cisternas;

  • encher de areia pratos de vasos;

  • virar de boca para baixo garrafas e baldes;

  • cobrir piscinas e tanques com lona;

  • não deixar pneus e outros objetos que podem acumular água descobertos.

Há, também, uma vacina contra a dengue disponível, até o momento, somente na rede privada. Aprovada recentemente pela Anvisa, a Qdenga, da fabricante Takeda, está em análise pela Conitec (responsável pela inclusão de tecnologias e medicamentos no SUS) para ser disponibilizada também na rede pública.

CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Nova terapia capaz de bloquear câncer. Cientistas do Centro de Câncer Massey, da Virginia Commonwealth University, junto com outros institutos dos Estados Unidos, desenvolveram uma terapia que ataca a proteína KRAS em camundongos, ligada a diversos tipos de tumores, incluindo alguns agressivos, como pâncreas e cólon. A pesquisa, publicada na revista Cancer Research Communications, é um passo na direção de novas terapias focadas na remissão e sobrevivência livre de tumor de pacientes, e deve seguir agora para testes em humanos.

  • Suco de beterraba ajuda pessoas com DPOC. Tomar o suco por doze semanas reduziu a pressão sanguínea e melhorou o desempenho físico, permitindo uma caminhada de até seis minutos, em pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), uma doença respiratória que provoca fadiga extrema e falta de ar. Os pacientes também conseguiram andar por distâncias mais longas, segundo a pesquisa desenvolvida no Imperial College, em Londres, e publicada na revista European Respiratory Journal.

  • Descoberta proteína envolvida no Parkinson. Pesquisadores da Escola de Medicina da Johns Hopkins identificaram uma proteína envolvida no processo de degeneração das células cerebrais ligada ao Parkinson. Para investigar isso, eles avaliaram camundongos geneticamente modificados com rapamicina, uma droga que tem como alvo a proteína, e viram que neles os sintomas de Parkinson foram aliviados. O estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, pode apontar novos alvos para o tratamento de Parkinson.

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