Testes positivos para Covid diminuem e crescem para influenza, aponta pesquisa

Surto de síndromes respiratórias fora de época dificulta diferenciação entre gripe e Covid

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São Paulo

O percentual de exames com resultado positivo para gripe subiu no Brasil no último mês, enquanto aqueles positivos para Covid caiu.

A positividade —número de exames com resultado positivo— para influenza A subiu de 16% para 25% no último mês, enquanto para Covid despencou de 35% para 16%.

O VSR (vírus sincicial respiratório), que gera complicações principalmente em crianças, também registrou alta na positividade —de 6% para 15%.

Os dados fazem parte de levantamento do ITpS (Instituto Todos pela Saúde), que desde 2022 monitora a situação epidemiológica da doença com base em testes de laboratórios.

Mulher usa máscara na estação Santana do metrô - Rubens Cavallari-26.nov.2023/Folhapress

Foram analisados 43 mil testes coletados entre 11 de fevereiro e 16 de março pelos laboratórios do Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, parceiros do instituto.

Os números indicam um surto de síndromes respiratórias fora de época, segundo o virologista Anderson Brito, coordenador do monitoramento do ITpS.

"Até 2019, a gente observava subidas de casos mais acentuadas principalmente nas épocas mais frias do ano —ao longo de maio, junho, julho e agosto. Com o isolamento físico para enfrentar a Covid por mais de 3 anos, a sazonalidade mudou", diz.

Apesar da queda na positividade dos testes para coronavírus, o patamar ainda é alto e dificulta a diferenciação das síndromes gripais, afirma o virologista. "Temos pelo menos três vírus circulando ao mesmo tempo nas últimas semanas —em algumas regiões mais do que outras—, o que causa confusão".

"Se a pessoa com sintoma compartilha o ambiente com idosos ou pessoas imunossuprimidas, é importante buscar o teste diagnóstico para entender ou descartar a possibilidade de vírus que tendem a causar sintomas graves nesse público, como coronavírus e influenza A", afirma Brito.

Vacinação

Nesta sexta-feira (22), a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo anunciou o início da campanha de imunização contra a gripe na próxima segunda-feira (25). A vacina aplicada pelo Ministério da Saúde é trivalente —composta de duas cepas do influenza A e uma do B— e pode ser tomada na mesma ocasião de outros imunizantes. A estimativa é que 75 milhões de pessoas sejam imunizadas.

No Norte, a vacina foi antecipada no final do ano passado para proteger a população que começou a viver o inverno amazônico —de meados de novembro até maio—, período de maior transmissão da gripe.

Por isso, a partir deste ano, a população das demais regiões do país continuará a receber a vacina contra a gripe no primeiro semestre, enquanto o Norte, receberá no segundo.

No último ano, os sintomas da Covid ficaram mais leves, devido às subvariantes da ômicron, que infectam mais garganta e nariz (vias aéreas superiores). Mesmo assim, os sintomas de gripe e Covid podem se confundir. A Covid pode ainda apresentar, em adultos, sintomas gastrointestinais e, nas crianças, causar uma síndrome multisistêmica pediátrica (SIM-P), que pode levar a complicações.

Além disso, os sintomas da Covid longa, que ocorrem até três meses após a infecção, podem deixar sequelas neurológicas, cardíacas e até vasculares. A vacinação em dia ajuda a prevenir as sequelas e o adoecimento grave da doença.

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