Os casos de dengue criaram uma "situação de emergência" nas Américas, embora os casos em áreas críticas da Argentina e do Brasil pareçam ter se estabilizado, disse o chefe da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o médico brasileiro Jarbas Barbosa, na última quinta-feira (18).
A Opas, uma agência das Nações Unidas, confirmou mais de 5,2 milhões de casos de dengue em toda a América este ano, um aumento de mais de 48% em relação aos 3,5 milhões de casos relatados pelo grupo no final do mês passado.
Mais de 1.800 pessoas morreram da doença viral transmitida por mosquitos, um aumento em relação aos mais de 1.000 óbitos relatados no mês anterior, no período até março. "Temos uma situação de emergência", disse Barbosa, em uma entrevista a jornalistas.
Os países mais afetados até agora no surto atual, Argentina e Brasil, "ainda têm uma transmissão muito forte", afirmou Barbosa, acrescentando que "nas últimas semanas parece haver uma estabilização, ou até mesmo uma redução" nos casos dos países.
O Brasil já registrou, em 2024, 1.544 mortes por dengue, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde desta quinta-feira (18). O número já ultrapassa o total de mortes por dengue registrado em 2023, de 1.094 mortes.
Em relação aos casos, segundo o painel, há 3.507.062 casos prováveis da doença e 1.958.272 casos confirmados.
Barbosa alertou que o fornecimento de uma vacina existente contra a dengue é "muito limitado" e mesmo uma vacinação em larga escala não teria um impacto imediato na interrupção do surto em curso.
"A vacina contra a dengue pode desempenhar um papel importante na redução de casos graves e mortes, mas levará tempo até que os efeitos da vacina possam ser refletidos na diminuição dos casos de dengue", disse Barbosa.
Os sintomas da dengue incluem febre, dores de cabeça, vômitos, erupções cutâneas, bem como dores musculares e nas articulações. Em alguns casos, pode causar uma febre hemorrágica mais grave, resultando em sangramento que pode levar à morte.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.