Descrição de chapéu Dengue Projeto Saúde Pública

Ministério da Saúde fala em declínio de epidemia, mas dengue ainda preocupa em 7 estados

Em 27 unidades federativas, a dengue já teve pico; atualmente, 7 estados e o DF vivem queda e 12 estão estáveis

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Brasília

O Ministério da Saúde ressaltou que o Brasil vive um momento de declínio da epidemia de dengue. Em sete estados e no Distrito Federal, o pico já foi atingido e a curva da doença é agora decrescente. Outras 12 unidades da federação estão em estabilidade. Mas sete estados, especialmente do Nordeste, têm tendência de aumento de casos e óbitos.

Em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (2) sobre o cenário epidemiológico da dengue no país, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, explicou que o comportamento da doença no Nordeste é diferente do início nos primeiros estados atingidos pela epidemia de forma mais grave.

Por isso, a expectativa é que o próximo balanço possa apontar para consolidação da análise nacional de passagem do pico da doença.

Homem segura mosquito da dengue Aedes aegypti - Danilo Verpa - 6.mar.2024 / Folhapress

"Estamos analisando esse crescimento no Nordeste e observando que a situação não cresce na mesma velocidade como em outros estados. Isso representa menor número de casos global", disse.

Os estados em tendência de alta dos casos são Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

"A epidemia é diferente em diferentes momentos dos estados", afirmou Ethel Maciel.

A queda, considerada consolidada pela pasta, ocorre no Acre, Amazonas, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima.

Estão em estabilidade Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Ainda assim, a pasta afirma que não medidas de prevenção e combate ao vetor da doença devem continuar. "Temos ainda situação epidemiológica no país bastante importante tanto em casos quanto em óbitos", disse Márcio Garcia, diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública.

Outro alerta foi feito por Guilherme Werneck, diretor do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Ele lembra que estados com extensão territorial maiores podem ter situações diferentes.

"É preciso perceber que quando a gente fala de Bahia ou Minas Gerais, temos mosaicos de municípios. O estado pode ter situação de estabilidade ou tendência de queda, mas não quer dizer que não tenhamos atenção específica para determinados municípios, que podem ter padrão diferente do restante do estado."

Segundo o Ministério da Saúde, 11 decretos estaduais de emergência seguem vigentes, além de 465 decretos municipais do tipo. No último boletim, eram 407 municípios. O Rio de Janeiro, primeiro município a decretar emergência em saúde por dengue, finalizou o decreto, o que, segundo Ethel Maciel é um exemplo da tendência de queda observada.

No total, foram distribuídos R$ 95 milhões para auxiliar essas regiões. Há um total de R$ 1,5 bilhão reservado para as ações contra a dengue no Brasil.

A 13ª semana epidemiológica da epidemia de dengue, terminada no último sábado (30), teve, considerando todo o período de análise, 2.624.300 casos prováveis, 24.218 casos graves e com sinais de alarme, 991 óbitos confirmados e 1.483 de investigação.

Até esta terça, o estado de São Paulo contabiliza 190 mortes confirmadas por dengue e 350 em investigação. São 402.529 casos confirmados da doença.

Já a capital paulista registrou 33 mortes por dengue de janeiro a 27 de março. Só na última semana, o salto foi de 19 para 33 óbitos — aumento de 73,6%. Outros 80 óbitos no município estão em investigação.

As informações são do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado na manhã desta segunda-feira (1º). Até o dia 20, a capital paulista contabilizava 19 mortes. No ano inteiro de 2023, dez pessoas morreram em decorrência da doença.

O número de casos aumentou 2.183%, se comparado o mesmo intervalo de 2023 —foi de 3.905 para 89.153 neste ano. É o maior número desde 2015 (43.055), quando o país viveu uma epidemia com muitos casos e mortes.

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