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Quando você deve começar a se preocupar com o congelamento de óvulos

Edição da newsletter Cuide-se explica o procedimento e o que está por trás do aumento da procura

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São Paulo

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Aliado ao desejo de empurrar a maternidade, o congelamento de óvulos é procurado cada vez mais por mulheres jovens. Mas quando o processo é indicado e quem deve fazê-lo? Na edição de hoje, falo sobre a decisão de retirar óvulos para congelamento.

Na imagem, médica realiza o procedimento de injeção intracitoplasmática de espermatozóide - Karime Xavier/Folhapress

Devo congelar os meus óvulos?

Seja por um desejo de se tornar mãe mais tarde ou por razões de saúde, como tratamento contra câncer, cresce no mundo a procura por procedimentos como congelamento de óvulos e fertilização in vitro.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 1 em 6 pessoas (17,5%) pode ser afetada pela infertilidade no mundo. Fatores como tabagismo, sedentarismo, consumo abusivo de álcool e alimentos ultraprocessados têm relação com o problema.

Custos: procedimentos para fertilização são muito caros. Para se ter uma ideia, uma fertilização in vitro em clínicas particulares no Brasil pode custar de R$ 25 a R$ 50 mil.

Já o congelamento, processo que inclui medicações necessárias para estimular a ovulação e o primeiro ano de aluguel do "freezer", custa, em média, R$ 24 mil, segundo pesquisa da IVF Brazil, empresa especializada em consultoria para reprodução humana.

Assim, uma família que deseja pensar no planejamento familiar tardio deve desembolsar, no mínimo, R$ 49 mil para o procedimento total —isso sem ter a garantia de sucesso.

O tratamento pode ser feito no SUS (Sistema Único de Saúde), mas apenas em condições especiais, como doença ou em pacientes com condição que afeta a reserva ovariana. Poucas pessoas têm conhecimento e procuram o congelamento.

Como congelar?

O primeiro passo para o congelamento é passar por uma consulta médica para avaliar a real necessidade.

Após a avaliação, as mulheres passam a receber medicações que vão estimular o crescimento dos folículos ovarianos, onde ficam os óvulos. Os médicos estimam entre dez a 20 óvulos retirados por uma mulher com menos de 35 anos saudável. Quanto mais óvulos coletados, maiores as chances de uma gestação futura dar certo.

A medicação é feita pela própria paciente, com uma injeção subcutânea na região abdominal. A coleta dos óvulos deve ser feita em uma clínica especializada com a aplicação de anestesia geral.

Quando congelar?

É a questão que divide especialistas. Há os que que veem a "linha mágica" dos 35 anos como o limite para a fertilidade feminina como questionável. Essa ideia, difundida por anos como um "sinal de alerta" para o relógio biológico feminino, vem sendo colocada em xeque.

Fatores como alimentação, hábitos de vida e genética podem influenciar a fertilidade e a quantidade de óvulos que uma mulher tem ao longo da vida.

O que eles concordam é que a partir dos 35 anos há uma aceleração do declínio de óvulos.

Mulheres próximas dos 40 anos têm mais dificuldades para conceber e podem, inclusive, ter gestações de mais alto risco comparadas a mulheres mais jovens. A queda na fertilidade, porém, não é linear, e varia de uma mulher para outra.

Onde congelar

No Brasil, clínicas particulares são responsáveis pela maioria dos casos de congelamento de óvulos. O acesso aos processos no serviço público é moroso e dificultado. No estado de São Paulo, o Hospital da Mulher, antigo Hospital Pérola Byington, é referência no congelamento de óvulos para mulheres que farão tratamento para câncer ou têm alguma condição específica que afeta a fertilidade.

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CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Risco de infecção por bactérias multirresistentes é maior nas pias hospitalares. Um estudo conduzido na ala pediátrica do Centro Médico Omori da Universidade de Toho, em Tóquio (Japão) identificou que as pias dos consultórios médicos e outras fontes de água apresentam alto potencial para a disseminação de bactérias multirresistentes a antibióticos, como as bactérias carbapenêmicas do gênero Enterobacter. O artigo detectou ainda a ocorrência de surtos relacionados ao patógeno em 2016 e 2017 em 19 pacientes após o contato com profissionais do hospital em áreas como a máquina de gelo, a lavanderia e o centro de enfermagem. O artigo foi publicado na revista American Journal of Infection Control.

  • Atividade física reduz o estresse em neurônios e diminui o risco cardíaco. Uma pesquisa de especialistas do Hospital Geral de Massachusetts verificou que a prática de atividade física, responsável por trazer benefícios para a saúde mental e física, é capaz de reduzir o risco cardiovascular por diminuir atividades nas células cerebrais associadas ao estresse. Os pesquisadores analisaram o perfil físico, a prática de atividade física e imagens cerebrais de 774 pacientes tratados no centro –destes, 12,9% tiveram um acompanhamento de 10 anos, onde foi verificada uma diminuição de 23% do risco de doença cardiovascular.

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