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Publicação tira de contexto fala da ministra da Saúde sobre vacinação contra Mpox

Post engana ao relacionar entrevista de Nísia Trindade à Covid

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São Paulo

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, não comentou sobre a vacinação contra a Covid-19 durante a entrevista que concedeu à CNN, em 21 de agosto, diferentemente do que afirma post enganoso sugerindo que Jair Bolsonaro (PL) foi perseguido injustamente por ter questionado a imunização na pandemia. A pauta da conversa de pouco mais de seis minutos foi, na verdade, a Mpox. Na ocasião, Nísia informou que no momento não há recomendação de vacinação em massa contra a doença.

O post, verificado pelo Comprova, usa uma captura de tela da participação da ministra na emissora. Na imagem, é possível ler "Mpox", deixando claro que ela não se referia à Covid. Nísia disse, durante a entrevista, que não há indicação de imunização em larga escala porque a transmissão da Mpox é por meio de contato e não uma transmissão de ampla difusão.

Mulher branca, com cabelo escuro e ondulado, está falando em um microfone. Ela usa uma blusa laranja com estampas e está em frente a um fundo de madeira clara.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, em evento em Brasília - Pedro Ladeira - 16.nov.2023Folhapress

A ministra explicou que, até aquela data, havia 700 casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus Mpox que desenvolveram a doença. Ela afirmou, ainda, que não há nenhum registro no Brasil da cepa 1B, considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a mais perigosa, e que o Ministério da Saúde negocia a aquisição de 25 mil doses com a Opas (Organização Panamericana de Saúde) —para grupos específicos.

Diferentemente do que o post diz, não dá para comparar a Mpox com a Covid, duas doenças diferentes. E, como o Comprova já publicou, as vacinas contra o novo coronavírus são seguras e eficazes e ajudaram na redução das mortes.

O autor da publicação enganosa foi contatado, mas não respondeu.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

POR QUE INVESTIGAMOS

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99581-6340 ou pelo email folha.informacoes@grupofolha.com.br.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Agência Tatu, Correio de Carajás e NSC e publicada em 26 de agosto pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, O Povo, Estadão, Nexo, SBT e SBT News.

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