Educação no futuro será portátil, personalizada e onipresente
Tendências incluem modelo híbrido de aprendizado, parte convencional, parte on-line
Tendências incluem modelo híbrido de aprendizado, parte convencional, parte on-line
A Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) pode perder o status de "universidade" se uma proposta de mudança no seu estatuto for aprovada pelo governador.
A EaD (educação a distância) enfrenta problemas mesmo entre as universidades com excelência acadêmica no país.
O canadense Stephen Downes, 57, se dedicou ao ensino a distância pelos últimos 25 anos. Pesquisador do National Research Council, do Canadá, ele e sua equipe desenvolveram diversas ferramentas de apoio ao ensino a distância ao longo de duas décadas, entre comunidades virtuais, sistemas de gestão de aprendizagem e softwares de distribuição de conteúdos.
Enquanto o número de matriculados em cursos presenciais de formação de professores no Brasil se manteve estável nos últimos cinco anos, as matrículas nos cursos a distância cresceram em ritmo acelerado.
Em 2011, Eduardo Fernando da Silva, 40, foi diagnosticado com leucemia. Por um ano fez quimioterapia e, depois, passou por um transplante de medula óssea. Com a imunidade baixa, teve de ficar enclausurado para evitar doenças. Usou o período de recuperação para cursar sua primeira graduação: administração pública. Hoje, aos 40 e curado, ele está terminando a faculdade e pretende prestar concurso para a Polícia Federal.
Enquanto o aluno caminha para a escola, recebe textos sobre a aula do dia. Softwares identificam, com base nas suas atividades, as necessidades individuais para que, a partir daí, o professor possa escolher exercícios customizados para ele.
Referência mundial em tecnologia aplicada à educação, o brasileiro Paulo Blikstein, 44, diz que a internet não está democratizando o ensino, já que o aluno de baixa renda tem dificuldade para usar recursos on-line.
A educação a distância avançou nas últimas décadas, tanto em número de alunos quanto em eficiência. Mas ainda enfrenta problemas que podem comprometer a qualidade, conforme a avaliação de estudiosos.
"Então, alunos, esse bambu aqui é o Phyllostachys áurea, mais conhecido como cana-da-índia ou bambu-mirim", diz o professor Rafael Gonçalves no meio de um bambuzal, ao som de uma flauta indiana. É falando difícil que ele começa o curso "Movelaria em Bambu Básico", ensinado a distância.
Deixar de blindar carros para criar tecnologia mudou a vida do paulistano Washington Martins da Silva, 29. Sem tempo para estudar em sala de aula, optou pelo ensino a distância. Concluiu neste ano o curso de análise de sistemas no polo de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) na Unip (Universidade Paulista).