Desde março, uma escola pública brasileira coloca em prática uma experiência ousada de gestão utilizada na província de Ontário, no Canadá. A Escola Municipal de Educação Infantil Nelson Mandela, no bairro do Limão (zona norte de São Paulo), adotou o programa "diretor por um dia", inspirado no modelo canadense.
Uma gestão em nome do aluno e focada na pedagogia é o modelo adotado nos países que têm obtido melhores resultados em educação tanto em rankings internacionais de desempenho quanto na revalorização da escola por comunidades locais.
Incentivar a participação dos alunos no dia a dia da escola tem sido uma das estratégias adotadas pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar acalmar os estudantes que, no ano passado, fizeram uma série de ocupações em protesto à reorganização escolar e à falta de estrutura.
Segunda-feira, 6h45. Logo os alunos começam a surgir no portão da escola estadual Dom Miguel Kruse, localizada no Jardim Danfer, em Cangaíba, zona leste de São Paulo. Com cerca de 2.000 matriculados, está entre as maiores do Estado.
O cenário do Colégio Estadual Dona Genoveva Rezende de Carneiro, o único de ensino médio em Itaguari (GO), era o de uma terra arrasada até um ano e meio atrás, diz a diretora Ireni Mota, 55.
O gestor escolar é um educador, um administrador e o líder da equipe interdisciplinar que trabalha pelo aprendizado do aluno. Segundo especialistas, no entanto, falta tempo, prática e proximidade com a realidade escolar na formação docente. É preciso mais para preparar um profissional múltiplo como esse.
Melody Gunn, diretora da Escola Elementar Gibson, em St. Louis (EUA), queria aumentar os índices de frequência dos alunos. Os estudantes tinham acesso a transporte e almoço gratuito ou a preços subsidiados e mesmo assim faltavam às aulas.
O Brasil aprendeu a avaliar a educação, mas não sabe aproveitar os resultados para melhorar o próprio sistema de ensino. Essa é a percepção dos especialistas com base no uso que o país faz dos principais exames de larga escala: Prova Brasil e Enem.
Pode ser que a educação no Brasil seja melhor do que na Finlândia, frequentemente citada como referência mundial em educação. O problema é que, no Brasil, as escolas têm menos infraestrutura e muitos alunos estão em situação vulnerável -o que não acontece na Finlândia.
A análise de dados deu a base para que o Estado de Pernambuco ampliasse sua rede de escolas de período integral. De acordo com Frederico Amancio, secretário de Educação do Estado, os indicadores positivos gerados nessas escolas apontaram que esse era o melhor caminho a seguir. Hoje, 4