No bairro mais italiano de São Paulo, estádio do Juventus reúne comida boa e futebol raiz

DÉBORA YURI

19/01/2019 16h00

Cansou de cornetar a gourmetização dos estádios e procura um antídoto? Siga para a Mooca, onde o Conde Rodolfo Crespi conserva o romantismo pré-arenas modernas, de ingressos caríssimos e torcedores bem comportados, devidamente sentados em suas cadeiras numeradas.

Casa do Juventus, o "estádio da rua Javari" oferece ainda o trunfo da gastronomia, baixa ou alta, que perfuma seus arredores. Futebol e comida, afinal, vão bem juntos como Lennon e McCartney.

	Karime Xavier/Folhapress

	Cannoli de creme e chocolate vendidos por Seu Antônio no estádio Conde Rodolfo Crespi, na Mooca

Come-se com prazer já dentro do Crespi. Um patrimônio grená e branco, Antônio Garcia, 66, aprendeu a fazer cannoli na infância. Há 49 anos, vende os tubos cilíndricos durante jogos do time, recheados de creme ou chocolate (R$ 5).

Na Esfiha Juventus, a galera devora versões de carne (R$ 4,90) e quatro queijos (R$ 6,50) desde 1967. Outra queridinha é a São Pedro, pizzaria fundada em 1966, com dono meio palmeirense, meio juventino. De terça a sexta, seus tradicionais discos individuais alegram também o almoço.

O bairro mais italiano da cidade, porém, está em transformação. Uma das novidades, o La Rambla Mooca serve tira-gostos espanhóis e tem 16 torneiras de chopes artesanais. Porque clássico é clássico e vice-versa -mas boas revelações sempre arrumam espaço no coração da geral.