Tuma Júnior pede liminar para impedir eleição de Andrés no Corinthians

Candidato de oposição afirma que deputado federal não pode comandar o clube paulista

Andrés Sanchez, com os braços esticados sobre a cabeça, concede entrevista à Folha
Andrés Sanchez é o favorito na eleição para presidente do Corinthians neste sábado (3) - Eduardo Knapp - 20.fev.2013/Folhapress
Alex Sabino Diego Garcia
São Paulo

Romeu Tuma Júnior entrou com uma ação popular para impedir a eleição de Andrés Sanchez para a presidência do Corinthians. Os dois são candidatos ao cargo. A eleição está marcada para este sábado (3).

Protocolada nesta quinta (1) no Fórum Regional do Tatuapé, Tuma Júnior solicita liminar em caráter de urgência para anular o registro de Sanchez como candidato e, caso a decisão não aconteça até o final desta sexta (2), que os votos dele na eleição sejam considerados nulos.

Um dos candidatos de oposição, Tuma Júnior afirma que Sanchez não pode ser presidente do Corinthians por já ocupar cargo de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores em São Paulo.

"Ele se aproveitará do cargo para melhor vindicar os interesses de seu clube, utilizando-se de prerrogativas para se beneficiar, em total desprestígio à moralidade, situação que se reveste de tamanha gravidade, uma vez que já existem convênios firmados entre o governo do Estado, a União, além de contratos financeiros firmados com o BNDES e a Caixa Econômica Federal, isto é, recursos financeiros decorrentes de contratos com pessoas jurídicas de direito público", diz trecho da ação.

O entendimento de Tuma é que a Constituição proíbe que um deputado ou senador no exercício do mandato tenha cargo diretivo em instituição que tenha relação com dinheiro público.

"O Sport Club Corinthians Paulista é beneficiário de convênios firmados com o governo do Estado de São Paulo, bem como, com a união, além de devedor de financiamentos obtidos junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal na ordem de R$ 400 milhões...", também afirma o texto do processo.

Sentado e com as mãos entrelaçadas, Romeu Tuma Júnior posa para a Folha.
O advogado Romeu Tuma é candidato de oposição a presidente do Corinthians - Jorge Araújo/Folhapress

A juíza Ana Claudia Dabus Guimarães e Souza de Miguel recebeu a ação, mas se declarou suspeita para julgar, já que seu marido é candidato ao conselho deliberativo do Corinthians. Ela repassou o caso para o juiz Fabio Rogério Bojo Pelegrino, em caráter de urgência.

A eleição no Corinthians tem sido marcada por ações na Justiça e impugnações. Os candidatos Antonio Roque Citadini e Paulo Garcia foram impugnados pela comissão eleitoral e voltaram ao pleito graças a liminares. Citadini foi considerado impedido por ocupar o cargo de conselheiro de Tribunal de Contas do Estado. Garcia, por participar de esquema de compra de votos e fazer pagamento de mensalidades de associados em atraso. 

Além deles, Felipe Ezabella também é candidato.

Consultada pela Folha, a assessoria de imprensa de Andrés  Sanchez disse que ele apenas se manifestará sobre o assunto quando houver uma decisão da Justiça. 

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