Descrição de chapéu Copa do Mundo Falando Russo

Falando russo: existe 'krêmlin' fora de Moscou; entenda o que é

Construção existe em várias cidades, mas a da capital russa é a mais famosa

Daniela Mountian

Termo datado do século 14, krêmlin significa "fortaleza", ou melhor, uma cidadela com igrejas e palacetes.
Embora várias cidades russas, como Vladímir e Níjni Nóvgorod, tenham motivos para se orgulharem de seus krêmlins, é o de Moscou que vem à lembrança.

Suas origens remontam ao século 12 e a Iúri Dolgorúki, considerado fundador de Moscou: a fortaleza era, então, de madeira e foi destruída por sucessivas batalhas e incêndios. Dois séculos depois, o principado de Moscou já era o coração da Rússia e, sob ordens de Dmítri Donskói, o krêmlin foi refeito com pedra branca. Mas as feições atuais chegaram no fim do séc. 15, com Ivan III, que decidiu erigir uma cidadela de tijolos. 

Na época de Ivan, o Terrível, o primeiro czar da Rússia, a fortificação ganhou uma vizinha: a Igreja de São Basílio, com suas cúpulas multicoloridas no âmago da Praça Vermelha.

Quando os Románov mudaram para Petersburgo (1712), as muralhas de tijolo do krêmlin moscovita já haviam sido tingidas de branco e sobreviveram, com seis torres a menos, à invasão napoleônica (1812).

O vermelho que conhecemos surgiu em 1947: Stálin ordenou que colorissem os muros da fortaleza, transformando-a no símbolo do poderio soviético ali sediado desde 1918: a Praça Vermelha, a bandeira vermelha, o krêmlin vermelho.

Na eclética e contemporânea Moscou, forças contrárias estranhamente coexistem: o krêmlin medieval, residência do presidente Pútin, ao lado da Praça Vermelha margeada, à direita, pelo GUM, shopping mais conhecido da cidade que começou a ser construído com Catarina II e, à esquerda, pelo mausoléu de Lênin.

Daniela Mountian

Doutora em literatura russa pela USP, tradutora e editora.

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