Jigulí é uma cadeia de colinas na margem direita do rio Volga, na região de Samara. O nome veio a batizar uma marca de carros que surgiu em 1970, fruto de um acordo assinado em 1966 entre o Ministério de Comércio Exterior da União Soviética e a montadora italiana Fiat —o que explica sua semelhança com o Fiat 124.
O Jigulí era fabricado pela AvtoVAZ, montadora da cidade russa de Togliatti, hoje controlada pela Renault-Nissan. Na verdade, tratava-se de vários modelos, com uma numeração que ia de VAZ-2101 (o primeiro, em 1970) a VAZ-2107 —o último Jigulí a sair de linha, em 2012, na Rússia, e em 2014, no Egito.
Devido à semelhança com a palavra gigolô, a marca rebatizou o automóvel para o mercado externo como Lada. A partir da década de 1990, o nome Jigulí foi abandonado também na Rússia, e o Lada esteve entre os primeiros carros importados a chegar ao Brasil, na esteira da abertura comercial do governo Collor.
De 1990 a 1995, foram vendidos cerca de 70 mil Ladas por aqui, em 126 lojas espalhadas pelo território nacional. Relativamente baratos e resistentes, os Ladas apresentavam, contudo, problemas de compatibilidade entre seus carburadores e o combustível brasileiro. Seu design também não era visto como glamoroso o suficiente por consumidores interessados no automóvel menos como meio de transporte do que como objeto de ostentação.
Recentemente, a imprensa especializada na área noticiou que a Lada estaria voltando ao mercado brasileiro. Não com o ex-Jigulí (Lada Laika no Brasil, Lada Riva na Europa, VAZ-2107 na Rússia), mas com o jipe Lada Niva, que seria feito na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), a partir de 2021.
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