Marin é transferido para prisão de segurança baixa na Pensilvânia

Condenado no escândalo da Fifa, ex-presidente da CBF estava preso em Nova York

Danielle Brant
Nova York

O ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, 86, foi transferido no último dia 16 para uma penitenciária de segurança baixa em Allenwood, na Pensilvânia. A informação foi confirmada pela defesa do cartola nesta quarta (24).

Desde dezembro de 2017, quando foi condenado por receber propinas e lavar dinheiro no escândalo de corrupção da Fifa, ele estava detido no Metropolitan Detention Center, um presídio do Brooklyn, em Nova York. O local abriga 1.748 presos, segundo dados do centro prisional.

A unidade na Pensilvânia possui 1.242 detentos, que têm acesso a biblioteca e televisão, por exemplo.

A transferência ocorre dois meses depois de Marin, que governou São Paulo de 1982 a 1983, ser condenado a 48 meses de prisão e a pagar multa de US$ 1,2 milhão (R$ 4,8 milhões) pelos crimes no Fifagate.

 

Dos 48 meses, a estimativa é que cumprisse somente 28, com descontos por bom comportamento e abatimento por tempo servido.

A multa de US$ 1,2 milhão será dividida em seis parcelas, que começarão a ser pagas seis meses depois de 20 de novembro, quando a juíza Pamela Chen fará nova audiência para decidir sobre a restituição de valores a Fifa, Conmebol, Concacaf e ex-funcionários da Traffic Sports USA, que disseram ser vítimas de Marin.

Marin foi preso em maio de 2015 na Suíça e extraditado em novembro do mesmo ano para os Estados Unidos. 

Condenado nos EUA por seis crimes cometidos durante sua gestão na CBF, José Maria Marin assumiu o cargo em 2012, aos 79 anos, para cumprir o restante do mandato de Ricardo Teixeira, que renunciou.

Ele era o vice mais velho e, por isso, ficou com o posto, seguindo estatuto da confederação. Antes de ser presidente da CBF, foi vereador, deputado estadual e governador de São Paulo.

As acusações no chamado Fifagate englobam ações de suborno, fraudes e de lavagem de dinheiro. Os cartolas teriam recebido pagamentos ilegais, que começaram em 1991 e atingiram duas gerações de dirigentes e executivos, que movimentaram mais de R$ 564 milhões.

Empresários do marketing esportivo como Alejandro Burzaco, da Torneos y Competencias, J. Hawilla, da Traffic, e Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, pai e filho donos da Full Play, teriam subornado os cartolas com viagens de jatinho, banquetes em restaurantes badalados e suítes de hotéis cinco estrelas.

O objetivo era obter vantagens na negociação de contrato para terem os direitos de transmissão de partidas da Copa do Mundo.

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