Caberá a um médico ser o primeiro representante do Brasil no kitesurfe em uma edição de Jogos Pan-Americanos. A modalidade da vela, que estreia em Lima, também será disputada na Olimpíada de Paris, em 2024.
Natural de São Luís, Bruno Lobo, 26, concilia a vida de residente de ortopedia no Hospital Universitário Presidente Dutra, vinculado à Universidade Federal do Maranhão, com a rotina de atleta.
Sempre que possível, entre uma cirurgia e outra, no almoço ou no fim de tarde, ele pega a sua moto e em dez minutos chega ao local onde guarda o material de que precisa para praticar.
"Quando tenho tempo livre, eu ligo lá e peço para montarem o equipamento. Aí já fica tudo adiantado para entrar no mar. Chego com a roupa social na praia e me troco lá. Às vezes, vou embora com a roupa de kite e o sapato social no pé, saio parecendo um palhaço. A galera tira onda", ele conta.
Lobo começou no kitesurfe em 2010, influenciado pelo pai, que já praticava o esporte. Até então, o negócio dele era natação e triatlo, que precisou abandonar devido a lesões.
Aos poucos, o maranhense começou a se destacar e tomar gosto pelo lado competitivo da modalidade. Foi tricampeão brasileiro nos últimos três anos e também venceu o Sul-Americano, no fim do ano passado. Em etapas de competições mundiais, a dificuldade é maior, mas ele tem conseguido ficar no grupo dos dez melhores.
No kitesurfe, o competidor fica em pé em cima da prancha, preso a uma pipa (o kite), e se desloca impulsionado pelo vento que a atinge. Por meio de uma barra, consegue direcionar a prancha, pegar ondas ou fazer manobras.
No Pan e na Olimpíada, a disputa será no formato de regatas, ou seja, uma corrida em que ganha quem chegar primeiro. A diferença é que o evento regional será apenas masculino, enquanto Paris-2024 prevê um revezamento misto.
A estreia do kitesurfe no Pan de Lima, chamado de fórmula kite, será neste domingo (4).
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