Descrição de chapéu Mundial de Clubes 2020

Temidos, mexicanos jamais foram além das semifinais no Mundial

Rival do Palmeiras, Tigres tentará obter feito inédito para o futebol do México

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

​Quando um time brasileiro se classifica para o Mundial de Clubes, geralmente vê o sorteio do chaveamento com uma torcida clara: que a equipe mexicana fique do outro lado da disputa. É o representante da América Central e do Norte a causa de maior temor antes da provável final contra o campeão europeu.

Tal preocupação, no entanto, nunca se justificou a ponto de o México ter um finalista. Mesmo presente em 15 das 16 edições do torneio, o país jamais foi além das semifinais, algo que pretende mudar neste domingo (7): às 15h (de Brasília), no Qatar, o Tigres duela com o Palmeiras por uma vaga na decisão.

Em sua primeira participação na competição da Fifa, a agremiação da província de Nuevo León joga contra um longo histórico de fracassos. Os mexicanos estiveram a um passo da final nove vezes e perderam todas as partidas. O máximo que conseguiram foi ir até a prorrogação, em 2017, mas o Grêmio fez 1 a 0 no Pachuca no tempo extra.

Hernández, do Pachuca, disputa bola com Luan, do Grêmio, em uma das semifinais de 2017; time mexicano, mais uma vez, ficou pelo caminho - Matthew Childs - 12.dez.17/Reuters

Nas outras seis aparições, a caminhada foi interrompida ainda mais precocemente. O Pachuca, em 2007 e 2010, o Monterrey, em 2011 e 2013, o América, em 2015, e o Chivas, em 2018, pararam nas quartas de final, caindo diante de adversários como o Étoile du Sahel, da Tunísia, o Mazembe, da República Democrática do Congo, e o Kashiwa Reysol, do Japão.

“Sabemos que podemos fazer história e queremos fazer história”, afirmou o atacante André-Pierre Gignac, de 35 anos, ciente de que o feito buscado pelo Tigres é inédito. O experiente jogador francês marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre o sul-coreano Ulsan Hyundai, nas quartas de final, e procurou mostrar confiança.

“Não temos medo de ninguém”, acrescentou o técnico Tuca Ferretti, 66, brasileiro que comanda o clube há dez anos. “Sabemos o que o Palmeiras representa. Merece nosso respeito, como o Ulsan também mereceu anteriormente, mas não temos que diminuir um lado para valorizar o outro. Não temos medo”, repetiu.

Ele espera alcançar o que não conseguiu o Pachuca, superado pelo Grêmio em 2017, nos Emirados Árabes Unidos, e também o que não atingiu o Necaxa, em 2000, no Brasil. Na primeira edição do Mundial organizada pela Fifa, há 21 anos, o time mexicano encarou o Vasco com a possibilidade de ir à decisão e acabou derrotado por 2 a 1. São esses os dois únicos confrontos entre brasileiros e mexicanos no torneio.

Quando ocorreram zebras, elas não saíram da América do Norte: foram os africanos que castigaram os brasileiros.

Em 2010, o Mazembe, da República Democrática do Congo, derrotou o Internacional por 2 a 0 para avançar à decisão nos Emirados Árabes Unidos –e levar 3 a 0 da Inter de Milão. Em 2013, foi o Raja Casablanca, representante local no Marrocos, que derrubou o Atlético-MG com uma vitória por 3 a 1 –antes de perder por 2 a 0 para o Bayern no embate derradeiro.

Os títulos ainda são exclusividade de Europa e América do Sul, mas os asiáticos também chegaram à final em duas oportunidades, sempre derrubando sul-americanos. No Japão, em 2016, o anfitrião Kashima Antlers fez 3 a 0 no Atlético Nacional (COL) e avançou a uma dura decisão contra o Real Madrid: prejudicado pela arbitragem, perdeu por 4 a 2, resultado ao fim da prorrogação.

Em 2018, foi também o representante do país-sede que surpreendeu. O Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, empatou por 2 a 2 com o argentino River Plate e fez 5 a 4 nos pênaltis. No duelo pelo título, porém, os donos da casa não tiveram chance diante do Real Madrid, que levou a melhor por 3 a 0.

Caio, do Al Ain, celebra o triunfo sobre o River Plate - Andrew Boyers - 18.dez.18/Reuters

Agora, mais uma vez, um representante do México tenta se colocar no caminho do esperado confronto entre europeus e sul-americanos. Está nos planos do Tigres completar a tarefa em que fracassaram, em múltiplas tentativas, Necaxa, América, Pachuca, Atlante, Monterrey, Cruz Azul e Chivas.

Os mexicanos no Mundial, ano a ano

2000
Necaxa
- terceiro colocado
Manchester United 1 x 1 Necaxa (fase de grupos)
Necaxa 3 x 1 South Melbourne (fase de grupos)
Vasco 2 x 1 Necaxa (fase de grupos)
Real Madrid (3) 1 x 1 (4) Necaxa (disputa do terceiro lugar)

2006
América
- quarto colocado
Jeonbuk Hyundai 0 x 1 América (quartas de final)
América 0 x 4 Barcelona (semifinais)
Al Ahly 2 x 1 América (disputa do terceiro lugar)

2007
Pachuca
- sexto colocado
Étoile du Sahel 1 x 0 Pachuca (quartas de final)

2008
Pachuca
- quarto colocado
Al Ahly 2 x 4 Pachuca (quartas de final)
Pachuca 0 x 2 LDU (semifinais)
Pachuca 0 x 1 Gamba Osaka (disputa do terceiro lugar)

2009
Atlante
- quarto colocado
Auckland City 0 x 3 Atlante (quartas de final)
Atlante 1 x 3 Barcelona
Pohang Steelers (4) 1 x 1 (3) Atlante

2010
Pachuca
- quinto colocado
Mazembe 1 x 0 Pachuca (quartas de final)
Pachuca (4) 2 x 2 (2) Al-Wahda (disputa do quinto lugar)

2011
Monterrey
- quinto colocado
Kashiwa Reysol (4) 1 x 1 (3) Monterrey (quartas de final)
Monterrey 3 x 2 Espérance (disputa do quinto lugar)

2012
Monterrey
- terceiro colocado
Ulsan Hyundai 1 x 3 Monterrey (quartas de final)
Monterrey 1 x 3 Chelsea (semifinais)
Al Ahly 0 x 2 Monterrey (disputa do terceiro lugar)

2013
Monterrey
- quinto colocado
Raja Casablanca 2 x 1 Monterrey (quartas de final)
Al Ahly 1 x 5 Monterrey (disputa do quinto lugar)

2014
Cruz Azul
- quarto colocado
Cruz Azul 3 x 1 Western Sydney Wanderers (quartas de final)
Real Madrid 4 x 0 Cruz Azul (semifinais)
Cruz Azul (2) 1 x 1 (4) Auckland City (disputa do terceiro lugar)

2015
América
- quinto colocado
América 1 x 2 Guangzhou Evergrande (quartas de final)
América 2 x 1 Mazembe (disputa do quinto lugar)

2016
América
- quarto colocado
Jeonbuk Hyundai 1 x 2 América (quartas de final)
América 0 x 2 Real Madrid (semifinais)
Nacional-COL (4) 2 x 2 (3) América (disputa do terceiro lugar)

2017
Pachuca
- terceiro colocado
Pachuca 1 x 0 Wydad Casablanca (quartas de final)
Grêmio 1 x 0 Pachuca (semifinais)
Al Jazira 1 x 4 Pachuca (disputa do terceiro lugar)

2018
Chivas
- sexto colocado
Kashima Antlers 3 x 2 Chivas (quartas de final)
Espérance (6) 1 x 1 (5) Chivas (disputa do quinto lugar)

2019
Monterrey
- terceiro colocado
Al Sadd 2 x 3 Monterrey (quartas de final)
Monterrey 1 x 2 Liverpool (semifinais)
Monterrey (4) x 2 x 2 (3) Al Hilal (disputa do terceiro lugar)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.